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Mutirão em favor da restauração da ponte Hercílio Luz, um dos maiores símbolos de Florianópolis

Relatório do consórcio responsável pelas obras, que aponta risco da ponte desabar, mobiliza lideranças catarinenses
O presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merisio (DEM), convocou para semana que vem reunião de líderes das bancadas para discutir o que pode ser feito pelos deputados em prol da conclusão da reforma da ponte Hercílio Luz, em Florianópolis. O legislativo é mais um órgão a integrar o mutirão pelo patrimônio histórico.
“Queremos dar nossa contribuição. A ponte é um patrimônio de todos os catarinenses e o parlamento não pode se eximir desse esforço”, afirmou Merísio. A primeira contribuição efetiva será incluir um link no site “Alesc Transparência” com o cronograma das obras para permitir o acompanhamento pela população. Essa iniciativa já foi delegada pela presidência aos setores competentes.
Após relatório do consórcio responsável pelas obras Floripa Monumento, divulgado pelo Notícias do Dia no último fim de semana, apontar risco real de desabamento, o governador Raimundo Colombo (DEM) também anunciou a criação de um grupo de trabalho para acompanhar o processo. A comissão será formada por membros do governo, Ministério Público e CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia).
O governador disse não conhecia a fundo as obras. “Não sabia que custava tudo isso”. Ele garantiu que o Estado continuará investindo conforme o contrato, mas vai buscar apoio em dispositivos de incentivo à cultura, como a Lei Rouanet, e fontes como Petrobras, Banco do Brasil e Celesc. O encarregado da missão é o secretário de Infraestrutura, Valdir Cobalchini.
O prefeito da Capital, Dário Berger (PMDB), demonstrou preocupação com a possibilidade de queda da ponte, mas afirmou que a responsabilidade é do Estado. “A ponte não pode cair. Como prefeito, luto e exijo que a recuperação seja feita. A prefeitura poderia ter responsabilidade sobre a obra, mas não é o caso. O responsável é o Estado. Se não tem dinheiro, precisa arcar com as consequências. O governo tem que dar uma solução para o problema” (João Meassi e Maiara Gonçalves).
Para senadores, Estado pode bancar a obra
Os senadores catarinenses Luiz Henrique (PMDB) e Paulo Bauer (PMDB) avaliam que o tesouro do Estado tem condições de bancar a obra, hoje orçada em cerca de R$ 170 milhões. Os dois afirmam que o montante não é tão alto e que, dentro de um cronograma de obras, o patrimônio continuará de pé e a salvo. “Evidente que se o Estado buscar outros recursos federais, financiamento do BRDE, irá ajudar, mas há capacidade financeira para a obra. Essas previsões foram feitas no meu governo”, garantiu o ex-governador Luiz Henrique.
Ele lembra que, durante a gestão, foram investidos cerca de R$ 50 milhões, substituídos 180 mil rebites e restaurados os viadutos de acesso. “Tudo com recurso do Estado. A segunda etapa da obra é mais delicada, mas há cronograma e o valor de R$ 60 milhões pode ser suportado pelo governo”, ponderou.
O tucano Paulo Bauer destacou que o trabalho de restauração foi feito por engenheiros qualificados e empresas idôneas, constantemente fiscalizadas. “Uma obra pública leva o tempo que precisa levar. Se a gente acelera pode se esquecer de fazer alguma coisa. Não é necessário pressa” (Marcelo Tolentino).
Fórum sugere envolvimento da iniciativa privada
Coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, o deputado Edinho Bez (PMDB) colocou o espaço a disposição do governo para a busca de soluções. Bez afirmou que aguarda informações sobre as prioridades do governador Raimundo Colombo em várias áreas, inclusive na infraestrutura. “Não é um patrimônio convencional. Essa obra deve envolver todas as esferas de poder, e até a iniciativa privada, pois tem importância nacional. Se for necessário buscamos recursos até no Ministério da Cultura”, ressaltou.
O senador Casildo Maldaner (PMDB) defende que Governo do Estado, por meio do Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura), repasse informações sobre a ponte ao Fórum Parlamentar Catarinense. “Lá, junto aos parlamentares, a gente aponta as melhores opções de solução”, reforçou (Marcelo Tolentino).
(ND, 11/04/2011)
Capital fica com 23% do total de SC
Concentração de recursos é questionada por políticos e entidades do interior, mas defendida por lideranças de Florianópolis
A polêmica em torno do investimento de R$ 172 milhões para concluir a restauração da Ponte Hercílio Luz trouxe à tona o embate histórico sobre a destinação de recursos para a Capital em detrimento ao interior do Estado. O governo começou o mandato afirmando que iria reduzir a verba da obra e, consequentemente, a concentração de recursos ao sistema viário e infraestrutura prevista para Florianópolis, que chega a 23% do total para todo o Estado. Mas deverá ser forçado a rever a ideia devido à pressão na Capital com a notícia de que o cartão-postal podia desabar.
Do R$ 1,3 bilhão estimado para obras em todo o Estado entre 2011 e 2014, R$ 311,5 milhões vão ficar na Capital. A desproporção é mais sentida em Joinville. A cidade com a maior população do Estado receberá R$ 40 milhões para o programa de mobilidade. Isso representa oito vezes menos o montante que será aplicado na Capital e quatro vezes o que será injetado somente na Ponte Hercílio Luz. No Vale do Itajaí, os recursos previstos para toda a região são de R$ 58 milhões destinados à recuperação de rodovias, além de outros investimentos no Programa de Recuperação de Pontos Críticos (que, para todo o Estado, chega a R$ 50 milhões). O Sul é ainda mais desprestigiado. O maior investimento será em restauração de rodovias, em uma soma de R$ 30,8 milhões.
Do Extremo-Oeste ao Meio-Oeste, a recuperação de vias receberá R$116,2 milhões. Isso sem contar com os 90 quilômetros da rodovia SC-468, ligando Chapecó a São Lourenço do Oeste, que serão praticamente refeitos. O presidente do Sindicato do Comércio da Região de Chapecó (Sicom), Ivalberto Tozzo, ainda cobra a retomada do projeto do Contorno Viário Leste para Chapecó, que desviaria o tráfego pesado do centro da cidade. No Planalto, a sensação é de desprestígio histórico. Mas, como é a terra do governador Raimundo Colombo, existe a esperança de que sejam finalizadas obras antigas, como a restauração completa da SC-458, entre Anita Garibaldi e Celso Ramos, e a pavimentação entre Rio Rufino e Urupema.
Tanto Colombo quanto o secretário de Estado de Infraestrutura, Valdir Cobalchini, também do interior, sentiram na pele a pressão de gerenciar o Estado fixados na Capital.
E foi o que ocorreu com a tentativa de desacelerar os investimentos na Ponte Hercílio Luz. O Consórcio Monumento apresentou o risco de queda da antiga estrutura e, depois da polêmica, o governo acabou prometendo concluí-la até 2014.
– Estamos aqui na Ilha e, muitas vezes, recebemos a pressão de quem está mais perto. Mas temos que ter sempre em mente o desenvolvimento harmonioso e estratégico do Estado. A ideia de buscar investimentos de incentivo cultural para a ponte é justamente para podermos aplicar mais no interior – afirma Cobalchini.
(DC, 11/04/2011)
TCE investiga se contrato é cumprido
O Tribunal de Contas do Estado (TCE) começou uma auditoria para investigar se o contrato de restauração da Ponte Hercílio Luz está sendo cumprido. De acordo com o conselheiro Salomão Ribas Jr, que também participou do programa Conversas Cruzadas, o TCE vai verificar por que o contrato de reabilitação do vão central previa R$ 163,4 milhões e agora já está orçado em R$ 212,7 milhões.
A auditoria foi planejada em março e, desde o começo deste mês, estão sendo feitos os exames documentais do edital e contrato, comparação das medições realizadas com os pagamentos e eventuais aditivos. Depois haverá a inspeção no local, feita por engenheiros do tribunal. O resultado deve sair em maio. Segundo Ribas Jr, é uma auditoria de rotina. Pela medição documentada, foram feitos 19% da obra, o que equivale a R$ 31,4 milhões, sem contar o pagamento ao consórcio supervisor Prosul/Concremat.
– Vamos avaliar por que houve atrasos. Também iremos conferir se a execução segue o que foi determinado em contrato – disse.
(DC, 11/04/2011)

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