Na CBN Diário, prefeito diz que falta “mão de ferro e pulso firme” do governo para terminar as rodovias SC-401 e SC-405
O prefeito de Florianópolis, Dário Berger, em entrevista concedida ontem à Rádio CBN Diário, culpou o governo estadual pela falta de mobilidade de Florianópolis, principalmente na Ilha. Ele se referia à falta de obras nas SCs 401 e 405. Na quarta-feira, ao DC, Dário já havia dito que a cidade está “em segundo plano com o governador (Raimundo Colombo)”.
A falta de mobilidade foi o principal assunto. Questionado sobre o Trevo da Seta, que não resolveu os engarrafamentos no Sul da Ilha, o prefeito afirmou que o problema só será sanado com a construção da terceira pista na SC-405:
– O pior problema (de mobilidade), na minha opinião, é do elevado do Trevo da Seta para o Sul da Ilha. E é barato de resolver. Basta ter mão de ferro e pulso firme. O outro é (a duplicação da) a SC-401. Com isso, você resolve quase todos os problemas de mobilidade da Ilha.
As duas obras são responsabilidade do governo do Estado. Assim como a 4ª ponte e a duplicação da Avenida Diomício Freitas, do Trevo da Seta ao Aeroporto Internacional Hercílio Luz.
O prefeito também disse ter ajudado o Estado a conseguir os recursos para duas dessas obras.
– O recurso para a Diomício Freitas foi uma empreitada minha, do João Batista (vice-prefeito) e da Ideli Salvatti (hoje ministra da Pesca), que conseguiu o dinheiro por emenda. E a obra não sai do papel. A SC-401, também. A SC-405 é tão barata que não ensejou da minha parte buscar recursos federais – afirmou.
Deinfra culpa desapropriações e licenças pelos atrasos
Segundo o governo do Estado, desapropriações e licenças ambientais têm atrapalhado as melhorias.
Para o presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), engenheiro Paulo Meller, essas obras vão melhorar consideravelmente a situação, mas não resolverão definitivamente o problema. Ele lembrou, ainda, que o governo do Estado tem participado com recursos para empreendimentos em Florianópolis.
O grande problema na SC-401 e na SC-405, segundo Meller, são as desapropriações. Muitos moradores não têm escritura do imóvel, o que impede o governo estadual de pagar as indenizações aos moradores.
A alternativa é o Estado recorrer à Justiça, pedindo a posse dos terrenos, e depositar os valores referentes em juízo. Por se tratar de um acordo entre governo e morador, apenas a concessão de uma liminar já seria suficiente. Com esta manobra, o processo dura cerca de um mês, com menos risco de arrastar-se por muito tempo.
Meller disse também que está prevista a desapropriação de 32 imóveis na SC-401. Metade dos proprietários foi procurada e a falta de escritura foi constatada em nove casos. Na SC-405, o total é de cerca de cem imóveis residenciais e comerciais, dos quais 50 estão prontos.
Sobre a Diomício Freitas, ainda de acordo com Meller, faltam duas licenças ambientais, o que impossibilita a licitação da obra. Além disso, dos R$ 25 milhões necessários à duplicação, só estão garantidos R$ 5 milhões.
(DC, 26/03/2011)