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Navegação literária

Barca dos Livros retoma as atividades, com passeios comandados por contadores de histórias pelas águas tranquilas da Lagoa da Conceição

No trapiche o clima é de ansiedade. A barca atraca e logo o som de uma sanfona faz com que as 40 pessoas na fila espichem o olhar para dentro da embarcação. Tentativa frustrada de ver o que acontece lá dentro. No mesmo momento, um barulhento grupo formado por crianças, pais e mães desce da barca e toma conta do passeio de madeira, aguçando a curiosidade de quem estava à espera de mais uma edição da Barca dos Livros pela Lagoa da Conceição.

Tendo a Lagoa como cenário, uma mulher simpática, vestindo camiseta vermelha, onde se lê o nome do projeto, dá o sinal e a fila anda. Rapidinho, está todo mundo acomodado na barca, prestes a zarpar. Surge então a primeira revelação do passeio, João Tractemberg, jovem de sorriso tímido que aguarda o início do passeio pela Lagoa da Conceição abraçado a sua sanfona. É ele quem vai animar a pequena viagem de 10 minutos até começar a tão esperada contação de histórias. Na participação do artista, ele ganha a companhia do percussionista Dimitri Camorlinda.

Quando o timoneiro desliga o motor a contadora de histórias Isa Ferreira dá as boas-vindas ao grupo e vai logo ensinando uma musiquinha, ganhando uma enorme adesão dos adultos: “conta um, conta dois, conta três, mil histórias para vocês, conta quatro, conta cinco, conta seis, era uma vez, conta sete, oito, nove e dez, conta outra vez.”

De longe, uma profusão de dedinhos vai exercitando e mostrando que já sabe contar. Quando a música para, as crianças ficam impacientes e, curiosas, vistoriam a parte de baixo dos bancos, querem espiar pelas janelas, tocar na madeira que forma aquele estranho meio de transporte, molhar as mãos na lagoa…

As meninas, que ostentam coloridas flores nos cabelos, e os meninos, com jeitinho bem comportado, ficam hipnotizados quando Felicia Fleck começa a narrar as aventuras da Princesa que Sabia Demais, um jogo de adivinhação que mexe com a atenta plateia. Vez por outra, um pai assopra a resposta para o filho. A cada narrativa a garotada vai se soltando. Se as histórias de princesas com seus vaporosos vestidos cor de rosa são a preferência das meninas, os monstros e os fantasmas povoam a imaginação dos garotos.

De repente um homem alto, que quase encosta a cabeça no teto da barca, se levanta e se dirige à plateia com a pergunta:

– Vocês têm medo de monstros? E de fantasmas? Pois vou contar uma história para vocês!

Assim começa a narrativa do arquiteto Guido Roberto Löeff, contador de histórias que em poucos minutos deixa a plateia em suspense, arrancando no final uma sonora gargalhada coletiva e uma salva de palmas dos navegantes literários.

Mais musiquinha, o motor da barca é acionado e o grupo retorna para o trapiche da Lagoa, com os músicos tocando o Trenzinho Caipira, de Heitor Villa-Lobos.

É assim que funciona um passeio do projeto Barco com Livros, uma das atividades criadas pela Sociedade Amantes da Leitura com o objetivo de despertar no público infantojuvenil o gosto pela leitura e nos adultos o prazer de sentir-se como criança.

(DC, 31/03/2011)

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