O enredo que importa a Florianópolis

Da coluna Ponto Final, por Carlos Damião (ND, 25/02/2011)

Antes de visibilidade nacional, Florianópolis precisa cuidar de questões elementares, como qualidade de vida

A rocambolesca história da Grande Rio, que vai homenagear Florianópolis no Carnaval carioca de 2011, é uma novela que pode deixar cicatrizes. Em especial, porque a homenagem em si, neste momento, seria perfeitamente dispensável, em vista dos graves problemas enfrentados pela capital catarinense – mobilidade, Lagoa da Conceição apodrecendo a olhos vistos, comprometimento da precária estrutura urbana, insegurança pública, entre outros. Florianópolis não precisa de mais visibilidade. A cidade clama por soluções urgentes, que devem motivar e empenhar os homens públicos e o empresariado, para que a marca registrada da velha Desterro – o paraíso das praias, dunas, montanhas, manguezais, da gente amiga e hospitaleira – possa ser mantida (ou recuperada) em sua plenitude, observando-se com atenção as premissas legais e as normas urbanísticas. Não será, portanto, a exibição de uma escola de samba na passarela mais importante do Carnaval brasileiro, que proporcionará o esperado reencontro de Florianópolis com a sua característica mais fundamental, justamente a qualidade de vida, que sempre foi motivo de orgulho para todos, visitantes e moradores.

Importância

É bom sempre deixar muito claro que tanto a prefeitura de Florianópolis, quanto o governo do Estado, investem – e continuarão investindo – no Carnaval que realmente importa para a cidade. O Carnaval da nossa gente, da Protegidos, da Copa Lord, da União da Ilha, da Coloninha e da Consulado, dos blocos e dos bailes públicos. É essa festa que merece nosso respeito e nossa consideração.