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Em defesa de Florianópolis

Da coluna Ponto Final, por Carlos Damião, (ND, 14/02/2011)

Suposto movimento para mudar a Capital agride a História de Santa Catarina e não faz ideia do custo da aventura

Gente que não tem o que fazer na vida inventa, de vez em quando, alguma coisa para se divertir. É o caso de uma suposta campanha para mudar a capital catarinense, transferindo-a para o centro do Estado. Questão superadíssima no século 19, pelas ações do então governador Hercílio Luz, e também no século 20, pela resistência corajosa do então deputado estadual (década de 1980) Sérgio Grando. O problema da capital não está na condição histórica (desde o século 17) de Florianópolis, mas na descentralização objetiva de serviços. Não aquela descentralização eleitoreira do governo anterior, mas a efetiva regionalização do governo. Na prática, isso acontece desde o governo de Celso Ramos (início da década de 1960). Foi Celso quem criou a Secretaria do Oeste, localizada em Chapecó, quem criou o Besc (Banco do Estado de Santa Catarina) – cujas agências representavam o governo nos municípios, da mesma forma que os escritórios da Acaresc (hoje Epagri e Cidasc), da Celesc, do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), além das unidades regionais de educação. Quem descentralizou a capital foi Celso, o modelo era dele, previsto no Plameg (Plano de Metas do Governo).

Eficiência

Se governantes posteriores relaxaram quanto a um ou outro aspecto – a saúde, por exemplo – isso nunca foi motivo para “mudança da Capital”, porque a localização geográfica não tem nada a ver com a eficiência da gestão pública. Portanto, o foco é justamente a eficiência, baseada na divisão estadual em regiões metropolitanas e, jamais, em secretarias que, até aqui, foram meros cabides de emprego de cabos eleitorais.

Alívio

Há outro fato interessante que deve contribuir para a discussão sobre a saturação urbana e administrativa de Florianópolis: por que não transferir para o Continente certos setores de governo? Há repartições que podem ser sediadas em Biguaçu, São José, Palhoça e até Tijucas. Neste caso, sim, Florianópolis poderia ser aliviada, de forma racional, concentrando apenas os três poderes com seus núcleos essenciais – o Tribunal de Justiça, a Assembleia Legislativa e o palácio governamental (centro administrativo).

Fama fácil

A impressão que se tem, sobre esse suposto movimento para mudança da Capital, é que algumas pessoas estão em busca dos seus 15 minutos de fama, como bem definiu, na década de 1970, o artista pop Andy Warhol. Se queriam esses 15 minutos, conseguiram. Mas dificilmente terão o apoio da parte sensata da população catarinense, por conta da irrelevância do tema e do alto custo que tal mudança implicaria.

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