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O monstrengo e o Sapiens Parque

Da coluna de Moacir Pereira (DC, 30/01/2011)

O Masterplan do Sapiens Parque, no norte da Ilha, prevê empreendimentos científicos, técnicos, educativos, econômicos, culturais e esportivos, para se constituir no mais diversificado parque temático do Estado. Pelo menos duas obras conflitam com o espírito e o objetivo do magno empreendimento: o kartódromo, construído com recursos públicos e gerenciado pela Federação de Automobilismo de Santa Catarina, e a arena multiuso, ora em construção junto à SC-401, ao lado do trevo de Canasvieiras.

Florianópolis já tinha uma área para competições de kart, implantada pela iniciativa privada também no norte da Ilha. O poder público investiu milhões no novo complexo para realizar o Desafio das Estrelas em dezembro, quando a temporada já começou. Portanto, não quebra a sazonalidade.

A seu lado está o esqueleto do que deverá ser a arena multiuso, um estádio coberto com arquibancada de concreto para 5 mil espectadores. Tem um palco que, usado em shows, ampliaria a lotação para 8 mil assistentes. Primeiro problema. O estacionamento ao lado tem capacidade para apenas 1.100 veículos. Há outra área do Sapiens para mais mil veículos, mas distante dois quilômetros. Segundo hoteleiros e empresários do trade turístico, ali não será possível realizar feiras e convenções.

O projeto nada tem a ver com o Sapiens Parque, que cedeu a área à prefeitura, a pedido de Luiz Henrique e Dário Berger. A prefeitura terá que pagar R$ 3, 6 milhões em obras de infraestrutura. Até agora, nada! O projeto foi elaborado pela prefeitura, depois que Dário e o secretário regional Valter Gallina visitaram a arena de Jaraguá do Sul.

A arena da Ilha está com obras paradas há mais de quatro meses. Financiamento de R$ 7 milhões da Caixa Econômica Federal pode ser cancelado. A Caixa vetou a licitação feita pela Secretaria Regional.

MUDANÇAS

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis-SC, João Eduardo Moritz, detonou o projeto. “Os empresários queriam um centro de convenções e eventos culturais e artísticos, com espaço para feiras, e anexo para esportes.” O ex-presidente da Associação Empresarial, Dilvo Tirloni, diz que o setor não foi ouvido e defende a implosão do que já foi construído e um novo projeto. A prefeitura e o governo fizeram tudo ao contrário.

O Masterplan destaca que o Sapiens terá jardim botânico, praça temática, museu e espaços tecnológicos, lagos e parques naturais. E prevê: “Arena multiuso de cultura e de eventos”. Estava dentro do espírito do Parque, voltado para pesquisas, ciência, tecnologia, meio ambiente e educação. A arena em construção tem outro conceito. Os técnicos do Sapiens defendem uma mudança radical no projeto.

O secretário Cesar Souza Júnior está convencido de que o projeto em construção é inviável. Pela concepção e carência de recursos. Foram aplicados R$ 4 milhões. O custo agora passou para R$ 28 milhões. Deveria estar concluído em maio deste ano. Pelo ritmo, não ficará pronto nem em 2012.

Inserido numa magnífica área com mais de 4 milhões de metros quadrados, o Sapiens Parque ocupará 11% do total em construções. A área de turismo, com arena de cultura e eventos, objetivava dinamizar o setor hoteleiro e o complexo turístico instalado no norte da Ilha durante todo o ano.

A arena multiuso conflita com o Masterplan, é cópia da de Jaraguá, está sendo edificada sobre o acostamento da SC-401, não terá estacionamento compatível, não tem recursos no orçamento e não atende o trade turístico. Vão planejar assim lá em Cacha Pregos! Com todo o respeito aos baianos.

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