Da coluna Ponto Final, por Carlos Damião (ND, 11/01/2011)
Município turístico Campos do Jordão (SP) estabeleceu sua ‘capacidade de carga’ em lei de 2007
Um dos mais atentos leitores da coluna concorda que Florianópolis precisa estabelecer limites claros para seu crescimento. Em suma, estabelecer sua “capacidade de carga”. Palavras dele: “Vejamos o exemplo de uma cidade com características turísticas – Campos do Jordão (SP). Sancionada em maio de 2007 a Lei de Uso e Ocupação do Solo disciplina a ocupação para moradia e turismo. Palavras do prefeito à época: ‘Estamos com cerca de 50,4 mil habitantes. Queremos, no máximo, 60 mil. Acima desse número, ficaria insustentável'”. Essa preocupação pode até existir em Florianópolis, mas o fato é que a resposta oficial para a precariedade urbana – o novo Plano Diretor – ainda não foi aprovado e não tem sequer um prazo para entrar em vigor.
Inquietação
“Está cada vez mais difícil viver em Florianópolis. Arrisco até dizer que a gente começa a perder a vontade de ficar na nossa terra. Isto aqui está associado a lugar de festa, balada e diversão, como se ninguém necessitasse de sossego… Tem colega já dizendo que quer trocar a Capital pelo interior. Até por questão de trabalho. A mão de obra aqui está perdendo valor”. Do jornalista Marcos R. Cardoso, em mensagem à coluna.
Compromisso com o futuro
Da coluna Ponto Final, por Carlos Damião (ND, 06/01/2011)
Florianópolis
Capacidade de carga. Esse é um termo técnico utilizado por especialistas em turismo, como o presidente da ABIH-SC (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), João Eduardo do Amaral Moritz. E significa basicamente o seguinte: qualquer paraíso turístico tem um limite, que é baseado em critérios urbanísticos. Na prática, um paraíso turístico como Florianópolis precisa definir qual é essa sua capacidade de carga, visto que tudo vem sendo feito de forma improvisada, amadorística e sem qualquer planejamento. Portanto, não basta divulgar as nossas qualidades (sem nunca mencionar os defeitos), alardeando-as pela mídia nacional, se não temos apontadas previamente as nossas condições estruturais. Esse desafio, conforme Moritz, deve ser enfrentado pelos representantes profissionais e empresariais, junto com as autoridades, para que o turismo seja qualificado e para que, enfim, o turista tenha prazer em passar suas férias em Florianópolis, levando da cidade a melhor impressão possível quanto a tudo, não apenas às belezas.
Direito de ir e vir
Rejane Varela, vice-presidente do Conseg Baía de Canasvieiras, concorda com barreiras em Florianópolis, “porque moramos numa ilha e o controle de entrada deveria ser mais rígido”. Para ela, barreiras policiais nas pontes, permanentemente, dariam um tom de respeito. “Infelizmente, algumas pessoas insistem que o controle acaba com o ‘direito de ir e vir’. Enquanto isso , os bandidos têm esse direito e outros mais garantidos, e nós não temos direito nem de ir, de vir e de sair!”.
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