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Capital registra casos de virose no Norte da Ilha

Postos de saúde apresentam volume elevado de pacientes com sintomas da doença na região
Havia recém amanhecido quando a vendedora Ívina Gabrieli Kurtz, 19 anos, entrou na fila da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), ontem pela manhã, em Canasvieiras, Norte da Ilha. Às 7h30min, ela e dezenas de outras pessoas já se aglomeravam à espera de atendimento para os mesmos sintomas: vômito, mal-estar e diarreia. Todas elas vítimas de um uma virose típica de verão, ocasionada por fatores diversos, como consumo de alimentos ou líquidos sem condições de higiene e até banho de mar em pontos impróprios.

Na UPA Norte, nos últimos dias, 80% dos atendimentos diários são de pessoas com sintomas parecidos, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. Mas a gerência de Vigilância Epidemiológica confirma que a incidência está por toda a cidade. De dezembro do ano passado até ontem, foram 3,9 mil atendimentos de casos de virose gastrointestinal nos postos da Secretaria Municipal.

– O número é ainda menor que no mesmo período do ano anterior. Como o volume de pessoas aumenta muito, e o calor favorece os sintomas nesta época, o número de atendimentos é proporcional – explica Monich Cardoso, gerente da Vigilância Epidemiológica de Florianópolis.

Segundo ela, a quantidade de casos não pode se caracterizar como surto, porque, para isso, teria de haver um vínculo com uma origem específica.

Em camping, quase ninguém escapou

Em um camping situado em Canasvieiras, veranistas contam que quase ninguém escapou da virose, desde o início do mês. Na barraca da família Knorr, que veio de Brasília, todos ficaram doentes. Começou pela funcionária pública federal, Valéria Knorr, 49 anos, e pela filha, de 23 anos. Depois, foi a vez da neta Maria Eduarda Boaventura, de um ano e cinco meses, e encerrou com o marido, José Mario Corrêa, 45 anos.

– Há 10 anos viemos para Florianópolis passar o verão e é a primeira vez que vemos uma coisa dessas. E o mais impressionante é que é generalizado: sempre tem alguém do camping passando mal – conta Valéria.

A virose – SINTOMAS
– Mal-estar
– Vômito
– Diarreia
– Enjoo
– Dor de cabeça
– Dor no corpo
COMO EVITAR
– Observe se a água que você bebe é tratada.
– Lave bem as mãos antes de comer.
– Evite colocar as mãos sujas na boca.
– Evite comer produtos que estragam rapidamente, como maionese e presunto.
– Não leve sanduíches prontos para a beira da praia, com os produtos acima. Ele estragam com ainda mais rapidez se não estiverem na geladeira.
– Evite comer alimentos vendidos na beira da praia como queijo coalho, sanduíches e camarões cozidos ao sol. A aparência pode ser boa, mas não se sabe quais as condições de higiene do produto usado ou da pessoa que o prepara.
– Fique alerta às enchentes dos últimos dias: elas podem ter contaminado algum alimento e a água que se bebe. Não ponha a mão nesta água e, em seguida, coma ou a coloque a mão na boca.
Fonte: Vigilância Epidemiológica de Florianópolis
ONDE IR
– Procure o centro de saúde mais próximo. Além dos 48 postos de saúde espalhados em todos os bairros, a Capital tem duas Unidades de Pronto-Atendimento (UPA): no Norte e no Sul da Ilha
O QUE FAZER
– A pessoa com o sintoma deve ser tratada com soro e remédios recomendados pelos médicos.
– Beba bastante líquido, como chás, água de coco ou água mineral ou tratada.
– Em crianças e idosos, os sintomas podem ser mais acentuados.
– A duração da virose pode variar de pessoa para pessoa. Algumas curam-se em um único dias, outras levam mais tempo.
– É interessante avisar, também, a Vigilância Epidemiológica do município, que vai investigar o problema: se as causas são provenientes de um único estabelecimento, ou se é da água do mar, que pode ser considerada própria e, na verdade, pode não ser. Os telefones para denunciar são (48) 3212-3922 ou (48) 9985-2710.

(SÂMIA FRANTZ, DC, 28/01/2011)

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