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Apesar da garantia da Casan, falta de água continua na Grande Florianópolis

Empresa de abastecimento garantiu que não haveria falta neste Verão, mas o problema ocorre em alguns bairros da Capital

Prometido foi. Só parece não ter sido cumprido. Menos de 30 dias após a Casan garantir que não faltaria água na Capital neste Verão, o ano nem havia terminado e as primeiras casas já enfrentavam a escassez.

E o Norte da Ilha foi, de novo, a região mais problemática: na Cachoeira do Bom Jesus, por exemplo, há quem tenha passado a virada de ano na seca. E na Barra do Sambaqui alguns moradores estão sem água há quase uma semana. A recepcionista, Rejane Ferreira dos Santos, 33 anos, chegou segunda à noite da casa do namorado e, no dia seguinte, já estava com as torneiras secas.

— Passei quatro dias fora e minha caixa d’água fez uma reserva. Mas foi só chegar em casa que já acabou. Acordei hoje de manhã (terça-feira) e já não tinha água para lavar o rosto e escovar os dentes — conta Rejane, que não conseguiu limpar a casa e lavar toda a roupa acumulada da semana.

A saída foi pedir ajuda aos vizinhos. Acostumados com a constante falta de água no bairro, não é de hoje que eles já investem em poço artesiano em casa.

Presente de Natal só no Ano Novo

Nos primeiros dias do ano, os moradores da Servidão Leonel Nasiazeno da Luz, também na Cachoeira, ficaram sem água por três dias — e só voltou depois que a Hora contatou a Casan.

— A gente chega cansado do serviço e não vê a hora de tomar um banho. Mas nem sempre dá — lamenta o cobrador de ônibus Ireno Monteiro, 42 anos.

Na casa dele, a cisterna de mil litros, instalada há menos de dois meses, quase não deu conta do recado. Chegou a garantir que a descarga fosse puxada e a louça, lavada no tanque. Mas ficou com as horas contadas. Por isso, Ireno, já começou a guardar dinheiro para comprar mais uma.

A poucos metros, a empresária Daniela Borges, 31 anos, parecia passar ainda mais sufoco. Moradora do ponto mais alto da rua, ela é sempre a primeira a ficar sem água. Quando as torneiras de toda a vizinhança secaram, ela já estava sem há uma semana. Até o caminhão-pipa já havia sido chamado para reabastecer a caixa d’água de quatro mil litros que esvaziou. Por garantia, outros mil litros também foram colocados na nova piscina de plástico do filho, que foi presente no último Natal.

Sem água na virada

Na casa da família Baldasso, também na Cachoeira do Bom Jesus, a força da água na torneira enfraqueceu na manhã do dia 31, até secar completamente no início da noite. Só foi retornar ao meio-dia do dia 1º.

Para comemorar a virada de 2010 para 2011, as quatro pessoas que moram ali tiveram que tomar banho de mangueira, da água que ainda restava na caixa, antes de ir ao encontro do resto da família. Até a ceia foi preparada com água armazenada em galões.

— Tentamos manter a água da caixa sempre cheia, mas, na maioria das vezes, a pressão é tão fraca que não tem força o suficiente para encher tudo. E agora foi só o início —lamenta o técnico em informática Tito Baldasso, 44 anos.

Casan desconversa

No início de dezembro, a direção da Casan foi incisiva ao prometer que neste ano seria diferente: não faltaria água nesta temporada. E a solução seria a instalação de cinco sistemas de captação em pontos estratégicos que abastecem a região: Santinho, Vargem Grande, Cachoeira do Bom Jesus e Ratones.

— Serão poços-reservas para atender a temporada. Estamos comprando água tratada e preparando caminhões pipas caso aconteçam problemas — garantiu, na época, o diretor operacional da Casan na Grande Florianópolis, Pedro Abel.

O superintedente do órgão na região, Carlos Alberto Coutinho, porém, esclarece: não se pode comparar as graves faltas de água de anos anteriores aos casos isolados de 2011. Segundo ele, toda a Capital está abastecida de forma plena nesta temporada e, por isso, a promessa continua de pé.

— O que pode acontecer é alguns pontos localizados sofrerem alguma interferência ao longo do dia, em razão da localização. Ou então alguma manutenção da Casan nas proximidades. O que não vai mais acontecer, com certeza, é aquelas grandes faltas de água do passado. Hoje, temos produção suficiente para atender toda a demanda que existe na Capital — afirma.

Faltou água? Reclame!

Casan (Companhia de Águas e Saneamento de Santa Catarina)

::: Rua Emílio Blum, 83, Centro, Florianópolis.

::: Atendimento de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

::: Telefone: 3221-5000.

::: Serviço de atendimento ao cliente 24h: 0800-643-0195.

(Sâmia Frantz, HORA DE SANTA CATARINA/ClicRBS, 12/01/2011)

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