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Exposição nacional ressuscita o CIC

Obras do Prêmio Marcantonio Vilaça chegam a Florianópolis, onde ficarão de hoje até 30 de janeiro, na Sala Lindolf Bell do centro cultural em obras

A arte não imita a vida. Sente seu pulsar. A frase do artista plástico pernambucano Marcantonio Vilaça (1962 – 2000) traduz a essência da exposição Prêmio Marcantonio Vilaça, que começa hoje, às 19h, na sala Lindolf Bell, no Centro Integrado de Cultura (CIC), na Capital. Esta é a terceira edição da mostra que percorre espaços selecionados de produção artística contemporânea no Brasil.

Marcantonio tinha uma forma particular de entender a expressão artística. Para ele era preciso abrir espaço, deixar o artista respirar suas emoções em diferentes linguagens.

A exposição, que se estende até o dia 30 de janeiro, no CIC, é composta por 40 obras assinadas por Armando Queiroz, Eduardo Berliner, Henrique Oliveira, Rosana Ricalde e Yuri Firmeza. São telas, instalações, objetos desenhos e esculturas de diversas dimensões.

Armando Queiroz liga arte e vida em sua proposta artística. Explora questões estéticas, éticas, morais e filosóficas em suas obras embebidas pelos sons da natureza e aromas da terra. Queiroz discute com poesia e desencanto a força e fragilidade dos caboclos e mestiços por meio de vídeos, intervenções, fotografias, esculturas e instalações.

O caótico e o infantil disputam espaço nas representações do artista. Por meio dos seus desenhos prediletos, as pinturas de animais de estimação, Berliner convida o espectador a revisitar o passado muitas vezes esmagado pelo cotidiano.

Henrique Oliveira carrega nas tintas e na junção de lascas de laminados, descartadas da construção civil, para compor seu trabalho. Nada é linear, previsível ou definitivo no trabalho do artista. Um obra de Henrique Oliveira está sempre sujeita a uma reviravolta.

Tudo é elemento para leitura poética e alegre que Rosana Ricalde faz da vida. Ela usa diferentes suportes para criar suas intervenções e instalações, algumas integrantes da mostra.

Yuri Firmeza cria a partir do limite entre ficção e realidade. Nos seus vídeos, performance e fotografias, o artista trabalha a crítica e a ironia.

Criado há três anos, o prêmio se diferencia dos demais no país por valorizar o artista em meio de carreira.

– Não se restringe a um valor em dinheiro. Não é para quem está começando, nem para quem tem carreira consolidada. É para quem já tem produção significativa, com trajetória de futuro – observa o consultor e organizador da mostra Celso Fioravanti.

Agende-se

O quê: exposição Prêmio Marcantonio Vilaça
Onde: Centro Integrado de Cultura – Sala Lindolf Bell
(Gov. Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica)
Quando: hoje, às 19h
Quanto: gratuito
Visitação: de hoje até o dia 30 de janeiro, diariamente, das 14h às 19h

Além da mostra, o Prêmio CNI-Sesi Marcantonio Vilaça para as Artes Plásticas oferece ações educativas para aproximar o universo artístico das práticas pedagógicas.

Dias 13 e 14 de dezembro – Seminário e oficina sobre arte-educação, no CIC, das 8h às 12h e das 14 às 18h. Informações e inscrições pelo (48) 3381-9164 ou pelo e-mail vlisboa@hotmail.com.
Visitas guiadas podem ser agendadas pelo fone (48) 3953-2324 ou pelo e-mail naemasc@fcc.sc.gov.br

(JACQUELINE IENSEN, DC, 09/12/2010)

Reforma a longo prazo

Inicialmente prevista para marcar a reabertura do Museu de Arte de Santa Catarina (Masc) a mostra do Prêmio Marvcantonio Vilaça foi deslocada para a sala Lindolf Bell e seus anexos porque a restauração do CIC não foi concluída.

Apesar do Masc já estar com toda infraestrutura pronta, a administração da Fundação Catarinense de Cultura (FCC) ainda ocupa a área de 1, 9 mil metros quadrados destinada a abrigar as instalações administrativas do museu e seu rico acervo.

A diretora do Masc, Lygia Roussenq, diz que trazer a cobiçada mostra foi um grande desafio.

– Fizemos um trabalho filigrana. Ao longo de um ano e meio, a partir de um olhar meu e do Jeff, pesquisamos, avaliamos todos os espaços do CIC para definir o melhor local da exposição – observa Lygia.

A diretora e artista plástica comenta que a exposição é o resultado de um intenso trabalho que a equipe do Masc realiza apesar de não estar aberto ao público.

Neste recesso de quase dois anos, os funcionários reestruturaram a parte administrativa e cultural, o que permitirá que o museu abra suas portas assim que a área estiver liberada. O CIC está fechado há um ano e nove meses e não há previsão para a reabertura total do centro, que é considerado um dos principais pontos de produção e difusão artística do Estado.

(DC, 09/12/2010)

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