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Na pista do atraso

Editorial do Diário Catarinense (30/11/2010)

A reforma e ampliação do Aeroporto Hercílio Luz, de Florianópolis, é uma reivindicação ve de muitos anos, e que até hoje só tem resultado em promessas traídas. Trata-se de empreendimento cuja necessidade e urgência se impõem devido à importância do terminal para uma região de marcante vocação turística, e que hoje se alinha entre os principais destinos de lazer do planeta. Um aeroporto classificado como internacional. Mas esta condição existe apenas no papel, porquanto sequer consegue dar conta, com um mínimo de eficiência, dos voos domésticos. A previsão da chegada, durante o verão que começa em menos de um mês, de 450 voos fretados provenientes da Argentina, Uruguai e Chile, está ameaçada porque já falta espaço nas áreas de estacionamento destinadas às aeronaves. O problema da lotação dos estacionamentos, no período, não é novidade. Tem se repetido nos últimos anos, assim como tem se repetido, também, a solução emergencial: destinar um pedaço da velha pista do aeroporto para servir de estacionamento provisório. Até agora, quando os primeiros charter se aprestam a decolar rumo à Capital, sequer esta solução foi autorizada pela Agência Nacional de Aviação Comercial (Anac). Nada parece abalar a burocracia empedernida.

O projeto de ampliação do Hercílio Luz, prevendo que o terminal terá 35,8 mil metros quadrados (quatro vezes o atual tamanho) e um pátio de estacionamento compatível, data de 2004, e até hoje continua no reino difuso das intenções e das promessas. Registre-se, ainda, que o movimento mensal dos aeroportos brasileiros – o de Florianópolis, inclusive – deve duplicar no período da Copa do Mundo. E até agora, nada… Ultrapassado, sem oferecer conforto aos usuários e, agora, funcionando como uma ameaça à economia do turismo, a ampliação do Hercílio Luz não pode mais ser retardada. As obras devem ser tratadas como prioridade ímpar pelas novas administrações, a estadual e a federal.

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