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Mais carros, motos, PMs e cães na ruas. Por enquanto

População aprova e até estranha a postura ostensiva da Polícia Militar. Mas comando avisa que ação é apenas temporária

Moradores de Florianópolis e São José estão positivamente impressionados com o número de policiais militares nas ruas. Patrulhas a pé, em motos, uso da cavalaria, cães adestrados e homens do policiamento tático espalhados por pontos estratégicos são elogiados.

A aprovação é seguida do desejo de que a situação seja permanente, não uma resposta temporária a cobrança da sociedade por causa da onda de assaltos.

Ricardo Ferreira é gerente de uma farmácia no Bairro Trindade, na Capital, e só via policiais militares passando apressados dentro de carros indo para outros lugares.

Sexta-feira, afirmou que a viatura estacionada na frente do estabelecimento era novidade. Acreditava que é uma resposta aos sucessivos roubos que Florianópolis enfrenta. Ele considerou a medida necessária porque, na semana passada, uma mercearia e uma padaria perto dali foram assaltadas em sequência. Os crimes obrigaram a diminuir a o dinheiro deixado no caixa. Assim que cai a noite, a quantia não passa de R$ 100.

O calçadão do Bairro Kobrasol, em São José, estava repleto de policiais militares na sexta-feira. A cavalaria percorria toda a extensão da Avenida Lédio João Martins, motos estavam estacionadas perto das lojas, bancos e farmácias e homens com cães faziam o patrulhamento a pé. O funcionário público Walter Pierri, 48 anos, declarou que não era assim até quinta-feira. Segundo ele, antes de entrar no carro é preciso ver se existe alguém suspeito perto. No final de semana à noite não dá para caminhar sossegado. O reforço no patrulhamento é muito bem-vindo.

– Onde tem policial, bandido não se cria – avalia.

Policiais estariam atendendo acidentes de trânsito

O grupo de policiais que trabalhava no Kobrasol era de Palhoça e Tubarão. Eles pertenciam ao pelotão que cuida do trânsito e disseram que, se fosse um dia normal de trabalho, estariam atendendo acidentes e registrando boletins de ocorrência.

No calçadão da Felipe Schmdit, em Florianópolis, a presença dos policiais também era marcante. O entregador de panfletos Luciano André, 31 anos, disse que desde de quinta-feira vê o reforço policial.

André disse que a região tem muitas lojas e de vez em quando um vendedor passava correndo atrás de um trombadinha. Ele afirmou que, desde que a patrulha foi reforçada, a cena não se repete. O reforço só incomodou os vendedores ambulantes de CDs e DVDs piratas: a fiscalização é severa na região.

(FELIPE PEREIRA, DC, 07/11/2010)

Inteligência e estatística na operação

Comemorada pelos moradores, a ocupação das ruas de Florianópolis e São José por policiais militares pretende inibir a prática de crimes, oferecer respostas imediatas a delitos e aumentar a sensação de segurança da população, explica o major Carlos Alberto de Araújo Gomes Júnior, do Estado-Maior da corporação.

Ele diz que a seleção dos pontos onde as rondas foram reforçadas está baseada numa análise destas variáveis: crimes contra o patrimônio, uso da força por bandidos, densidade populacional e concentração de estabelecimentos comerciais. O major ressalta que o levantamentos dos dados é contínuo.

A presença dos policiais militares foi aprovada pela população, mas Carlos Alberto adianta que não é permanente. Esclarece que é uma operação especial montada usando os horários dos batalhões de Florianópolis e São José reservados para operações, como ações em morros, por exemplo.

Também participam cerca de 20 homens de unidades do interior do Estado. As regionais de Joinville, Blumenau, Itajaí e Criciúma tiveram que ceder efetivo.

(DC, 07/11/2010)

Todo dia tem reunião de avaliação

O representante do Estado-Maior, Carlos Alberto de Araújo Gomes, afirma que a duração depende das avaliações da operação. Todos os dias, os estrategistas se reúnem na Sala de Situação para examinar o que saiu na imprensa, os relatórios de inteligência e os crimes atendidos.

No local, acompanham em tempo real as ocorrências, têm acesso as câmeras de vigilância, conversam com o Centro de Operações da PM por Skype (conversa por áudio, via computador) e podem acionar as viaturas por rádio.

Os resultados desta análise são as missões que cada grupo terá de desempenhar nas 24 horas seguintes. Não é raro alterar a área de atuação e crimes a ser combatidos. A possibilidade de migração de criminosos para outros locais é uma das hipóteses monitoradas na Sala de Situação.

Por enquanto, apenas Florianópolis e São José fazem parte da operação. Mas Palhoça e Biguaçu, municípios vizinhos, serão incluídos em breve. O levantamento sobre a criminalidade nas duas cidades já está em andamento.

Quem faz o que – Como vai atuar cada unidade da PM

l Canil: os policiais e os cães treinados serão distribuídos pelos calçadões de Florianópolis e São José.

l Cavalaria: escalados para proteger as praças públicas por proporcionar que o policial fique num nível mais elevado facilitando ver e ser visto. Também facilita a interação com a população por causa da empatia.

l Unidades táticas: as caminhonetes com homens treinados para o confronto vão patrulhar as principais vias das duas cidades. Eles se deslocam conforme a necessidade.

l Motos: trabalham sempre em duplas percorrendo entre oito e 10 quadras. Se os policiais flagrarem um crime, podem pedir reforço das unidades táticas.

(DC, 07/11/2010)

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