Um grupo de dez empresas espanholas participou nesta quinta-feira (18) do Fórum de Cooperação Brasil – Espanha, na Federação das Indústrias (FIESC), em busca de negócios na área ambiental. “Nosso modelo de internacionalização passa pelo estabelecimento de parcerias com empresas locais”, disse German Garcia Bolaños, diretor da MP Corporação Industrial, empresa especializada no desenho e construção de plantas de tratamento de águas, depuração de efluentes e disposição de lixo de alta carga. Após os debates e apresentações, realizados na parte da manhã, as empresas espanholas iniciaram conversações com companhias catarinenses.
“Como a Espanha possui um nível de desenvolvimento semelhante ao nosso na área ambiental, é um país interessante para a troca de experiências e realização de negócios”, disse o presidente da Câmara de Qualidade Ambiental da FIESC, José Lourival Magri.
O presidente da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), Murilo Flores, destacou a necessidade de “trazer o meio ambiente para a economia”, referindo-se à possibilidade de transformar a preservação em atividade econômica. “Devemos dar um sentido econômico ao próprio processo de preservação ambiental, pois, na sociedade de hoje, não temos como imaginar a preservação de um ponto de vista apenas ideológico” afirmou. Flores iniciou sua apresentação com o exemplo da OSX, que desistiu de instalar em Santa Catarina estaleiro de quase R$ 3 bilhões em função de dificuldades ambientais. “A partir desse fato, Santa Catarina precisa parar para refletir. É necessário que tenhamos um conjunto de políticas públicas de meio ambiente para dar segurança jurídica ao setor empresarial e à sociedade”, afirmou, destacando que a questão é muito mais abrangente do que o momento do licenciamento.
Flores reforçou o raciocínio lembrando que ninguém quer área de preservação em seu município em função do impacto econômico decorrente. “Agora, se você transforma essa área em um atrativo turístico, dinamiza a economia no entorno e as pessoas vão querer o parque”, afirmou, citando ainda o caso da reciclagem, cuja viabilidade econômica representa a solução para um dos grandes problemas atuais, que é a questão do lixo.
O diretor jurídico do Sistema FIESC, Carlos José Kurtz, falou sobre a logística reversa prevista na nova lei de resíduos sólidos, definindo responsabilidades no recolhimento do lixo. “Esse é um desafio importante, porque essa atividade precisa ser rentável”, afirmou, destacando que a nova lei é uma oportunidade para resolver antigos problemas na área ambiental.
(Elmar Meurer, FIESC, 18/11/2010)
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