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A engenharia da catástrofe

Artigo escrito por JOSÉ CARLOS RAUEN, PRESIDENTE DO SENGE/SC (DC, 15/11/2010)

É inegável que a engenharia da catástrofe torna-se cada vez mais atual, pois o mundo começa a despertar para o fato de que governos e iniciativas privadas precisam investir recursos na prevenção de problemas que podem aparecer no futuro, deixando, assim, a população mais aliviada. Ou, pelo menos, mais prevenida. Hoje, isso ainda só vale para países desenvolvidos, como a Holanda, por exemplo, mas, no Brasil, pouco ou nada se faz. Santa Catarina tem um triste histórico de enchentes e catástrofes climáticas, e a cada vez que o drama se repete, fala-se em prevenção, tema que vai morrendo aos poucos, enquanto a população não atingida acostuma-se ao sofrimento dos flagelados.

Os profissionais da engenharia do país inteiro precisam estar habilitados para enfrentar as mudanças climáticas adversas, e isso somente poderá acontecer se uma iniciativa em forma de curso na área de segurança for viabilizada, englobando as mais diversas áreas e segmentos da nossa profissão. E a engenharia da catástrofe tanto pode englobar os grandes dramas climáticos da humanidade como problemas de trânsito, que certamente são pequenos perante tantos desastres, mas que minam o tempo e a paciência de quem, diariamente, perde horas em engarrafamentos.

Habilitar e treinar os profissionais para enfrentarem tudo isso não é tarefa pequena, mas é uma realidade que se impõe. E, para isso, o Sindicato dos Engenheiros de Santa Catarina se propõe a levantar esse tipo de questão e, até mesmo, capitanear um movimento para que a iniciativa saia dos discursos e passe a fazer parte da vida prática.

O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) já previu que a culpa do aquecimento global é nossa, e ponto final. As consequências já estão aí, batendo em nossas portas, e não há como e nem para onde fugir. Ou fazemos a nossa parte ou podemos, desde já, nos preparar para o pior.

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