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Participantes elogiam a 7ª Conferência Internacional do Lixo Zero

Evento conquistou um público de prestígio e recebeu quase mil pessoas

Cerca de 400 pessoas entre estudantes, profissionais da área ambiental, políticos, catadores, representantes de associações e interessados no tema, compareceram na quinta-feira (28), o primeiro dia da 7ª Conferência Internacional do Lixo Zero. Na sexta-feira (29), o número foi ainda maior.

“Sempre participei do movimento ambientalista e sempre me incomodou muito a questão do lixo, a forma como os catadores são discriminados”, conta Karina Signori, atriz, arte educadora e permacultora. Há 11 anos criou a Recicleide, Arte e Educação Socioambiental, ministra palestras, oficinas, cursos de teatro e realiza intervenções em eventos ambientais.

Karina contou a história da cidade imaginária de Reciclópolis e finalizou a apresentação com uma canção motivacional sobre a divisão do lixo, com a uma intervenção “Reciclar é legal”.

Para ela, a conferência foi de extrema importância. “Esse evento trata da problemática dos resíduos e como como devemos agir para mudar o quadro atual, principalmente agora com a aprovação da política nacional dos resíduos sólidos”, explica.

“Tenho muito interesse na área de resíduos sólidos. Aprendi muito e achei o nível dos palestrantes muito além do que eu esperava”, revelou a estudante de engenharia sanitária e ambiental da UFSC, Ana Carolina Czapla.

O engenheiro sanitarista e ambiental, Neif Salim, reside em Campo Grande (MT) e possui uma empresa de gestão de resíduos sólidos. “Já apresentei o projeto da Novociclo Ambiental de lixo zero para a prefeitura de Campo Grande. Creio que esse seja o melhor caminho. Onde moro tem lixão e é uma vergonha! Se não cuidarmos de nosso país perderemos nossas matérias primas”, disse.

E finalizou elogiando o evento e comentando: “eu não tinha ideia de que o conselho Zero Waste fosse tão valorizado em países desenvolvidos”.

Wayne Williams, da Califórnia fala da importância da Compostagem no mundo

A 7ª Conferência Internacional Lixo zero, no segundo dia de circuito de palestras, recebeu Wayne Williams da California para abordar métodos, práticas e soluções da volta do orgânico para a agricultura.

O especialista abordou que uma boa parte dos materiais de construção, estão sendo reciclados em San Diego e que também as pessoas devem se importar mais com a compostagem, já que reclamam quando são instaladas composteiras próximas de suas casas devido ao cheiro que provocam.

“ É preciso discussões de políticas públicas para o seguimento da Compostagem e é imprescindível dar verbas do Estado para a instalação das mesmas nas cidades, existindo parcerias públicas e privadas, para aí sim levarmos adiante e cumprirmos os objetivos de lixo zero e biomassa”, disse Wanye.

Logo após a palestra, especialistas e participantes foram para fora do auditório comemorar a Conferência realizada no Brasil pela primeira vez. Um balão de aproximadamente 15 metros foi ao ar com a bandeira do lixo zero.

O que muda com a Política Nacional dos Resíduos Sólidos é tema de palestra

“Com a implantação da nova Lei de Resíduos Sólidos no Brasil, vamos passar de um ambiente para um ambiente de segurança jurídica em que será possível fiscalizar e punir os abusos e crimes ambientais”, afirmou Walfrido Assunção Ataíde, o segundo palestrante da 7ª Conferência Internacional Lixo Zero, que acontece nestes dias 28 e 29 de outubro em Florianópolis.

Como um dos responsáveis pela elaboração da Nova Política Nacional de Resíduos Sólidos, Ataíde falou com propriedade sobre o que muda quando a nova legislação entrar em vigor. Entre os pontos destacados pelo palestrante está a obrigatoriedade da coleta seletiva nos municípios e a erradicação dos lixões, que devem ser transformados em aterro sanitário – com os devidos tratamentos – num prazo máximo de quatro anos. “Só poderão ser depositados os resíduos sem qualquer possibilidade de reaproveitamento”, explica.
Assunção falou ainda sobre a importância da responsabilidade compartilhada sobre o ciclo de vida dos produtos, onde governo, indústria,comércio e cidadãos devem ser responsáveis pelo destino dos materiais, cada um em uma etapa.

Outro aspecto destacado por ele é a criação de um Sistema Nacional de Informação de Resíduos, com dados disponíveis, ao acesso de todos, através da internet. “Todo gerador de resíduos terá que autodeclarar – como acontece no Imposto de Renda – que tipo de resíduo e a quantidade que produz. Só assim poderemos ter um inventário nacional da gestão de resíduos”.

(Conferência Lixo Zero, 29/10/2010)

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1 Comentário

  1. janine disse:

    A compostagem feita com palha seca e serragem deixa o mínimo de odores possível. O problema é conseguir essa serragem. O indivíduo deve morar próximo a uma serralheria, ou marcenaria, por ex. Dá para substituir com bastante palha seca, mas não é tão eficiente.

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