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Feliciano Nunes Pires

Artigo escrito por Zeca Nunes Pires, Cineasta (DC, 06/10/2010)

Dias atrás, compareci à homenagem do Instituto Histórico e Geográfico ao ascendente da família Nunes Pires, do meu pai, Aníbal, em função da passagem dos 150 anos da morte de Feliciano. A pesquisa apresentada pelo conselheiro-sócio José Pacheco relatou atos do quarto presidente da Província de Santa Catarina, e revelou um presidente que dignificou o cargo com muito trabalho, justiça e honestidade. Antecedendo o esclarecedor relato de Pacheco, o presidente do instituto, professor Carlos Humberto Corrêa, contextualizou o período imperial (1822-1889), provando que Feliciano Nunes Pires permaneceu no cargo da presidência da província catarinense (06/08/1831-04/11/1835) muito mais do que a maior parte dos demais presidentes de províncias brasileiras. Além disso, Corrêa e Pacheco mostraram, em seus discursos, um caso raro nos dias atuais: Nunes Pires, após deixar Santa Catarina, presidiu a Província do Rio Grande do Sul.

Feliciano Nunes Pires, além de honrar o cargo que ocupou, era um cidadão letrado, deu ênfase à educação e criou os Correios e a Polícia Militar de Santa Catarina, hoje entre as melhores do país e da qual é um dos raros patronos civil de PMs do Brasil. Nunes Pires, patrono da cadeira 9 da Academia Catarinense de Letras, morreu pobre, no Rio de Janeiro, aos 73 anos. Na ocasião da homenagem, não pude deixar de lembrar de uma passagem confidenciada pelo saudoso primo Osmar Nunes Pires, ouvida de sua avó: “Feliciano morava próximo à Catedral e tinha uma paquera quase à frente de sua casa. Nas horas vagas, flertava com a moça através da janela, mas uma árvore atrapalhava sua visão. Então, Feliciano disse a um subordinado: tira essa figueira dali e planta no meio da praça”. Lenda ou verdade? Não sei. Mas o fato é que pode estar aí a explicação para quando vemos inúmeros turistas dando volta ao redor da figueira crendo que terão com isso o casamento garantido.

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