Criação de conselho metropolitano de planejamento, cidades com uso misto e eficiente são algumas das sugestões apresentadas no evento
O Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo (SISAU) encerrou nesta sexta-feira (08.10) em Florianópolis com a divulgação de uma lista de 10 ideias sugeridas nos debates e palestras com experts nacionais e internacionais para o desenvolvimento urbano sustentável da Grande Florianópolis. Uma das mais importantes, ressalta Giovani Bonetti, presidente da Associação dos Escritórios de Arquitetura de Santa Catarina (AsBEA/SC), promotora do evento na Capital, é a criação de um conselho intermunicipal de planejamento sustentável. “As ações não podem ser isoladas. Quem vive em uma área conurbada tem que ter as mesmas preocupações e buscar as mesmas soluções”, defende Bonetti.
Uma das ideias foi baseada na experiência de Medellín (Colômbia), que é a realização de ‘acupunturas urbanas’, ou seja, trabalhar pontualmente nos focos mais problemáticos das cidades, seja áreas degradadas, violentas ou sem uso, para que sejam reintegradas e utilizadas pela comunidade. A ampliação da rede de ciclovias e a ênfase em modos de transporte eficiente (que incluam desde a produção do veículo à escolha das rotas) também foram lembradas pelos arquitetos, urbanistas e especialistas reunidos na sede da Fiesc. “O evento foi um sucesso e esperamos repeti-lo nos próximos anos. Vamos transformar o SISAU em uma marca registrada no planejamento urbano da região Sul”, ressalta Bonetti. O Simpósio ocorreu também em Curitiba e Porto Alegre, simultaneamente, nos dias 5 e 6 de outubro. Em breve, a comissão dos três estados irá reunir as ideias levantadas para as três capitais e divulgar um manifesto unificado que englobe toda a região.
Veja no quadro abaixo o ‘decálogo’ da sustentabilidade apresentado na Capital.
As 10 ideias dos especialistas para cultivar a sustentabilidade na Grande Florianópolis
1- Sustentabilidade passa pela educação do ser: sensibilização também via meios de comunicação (difundir o que é ser sustentável);
2- Cidades com uso misto, com morfologias variadas;
3- Desenhos de edifícios públicos com incorporação de princípios sustentabilidade como incentivo para outros setores;
4- Buscar maior qualificação ambiental na relação edifício/passeio público, ampliar os espaços para pedestre, valorizar a mobilidade
5- Realizar ‘acupunturas’ urbanas integradas de modo a transformar, a longo prazo, a qualidade dos espaços degradados; (trabalhar pontualmente os problemas da cidade, inserindo em determinadas áreas problemáticas equipamentos de cultura, lazer e de encontros)
6- Melhorar e ampliar a rede de ciclovias e incentivar o estacionamento de bicicletas nos espaços públicos e privados;
7- Articular a criação de um conselho intermunicipal de planejamento sustentável da Grande Florianópolis (envolvimento da gestão pública como vetor das práticas ambientalmente corretas)
8- Educação continuada dos profissionais ligados à arquitetura e ao planejamento urbano com foco na interdisciplinaridade (utilizar o máximo de conhecimentos de outras áreas em prol do ambiente)
9- Aproveitamento da malha urbana existente com retrofit (renovação e recuperação) das edificações e incentivo ao uso misto
10- Estimular a criação de transporte público eficiente e sustentável
(Palavracom, 08/10/2010)
Sustentabilidade, um conceito local
No segundo dia de SISAU, arquiteta dinamarquesa Dorte Poulsen falou sobre as influências regionais. UFSC apresenta a Casa Solar Flex
Dorte Mandrup Polsen, arquiteta dinamarquesa que se apresentou nesta sexta-feira (08.10) no Simpósio Internacional de Sustentabilidade em Arquitetura e Urbanismo (II SISAU), falou sobre o caráter regional da sustentabilidade aplicada à arquitetura e o planejamento urbano. “Não existe um material, produto ou processo que seja sustentável no mundo todo. A sustentabilidade tem a ver com onde você está e o que é sustentável no seu contexto”, alerta a arquiteta. Clima, cultura, história, hábitos, meio ambiente, tudo interfere na construção de soluções sustentáveis para a arquitetura. No caso da Dinamarca e de boa parte dos países europeus, os fatores que norteiam a prática da sustentabilidade se referem especialmente ao clima, totalmente diverso do brasileiro, por exemplo, e à existência de uma história arquitetônica muito antiga. Desta forma, sustentabilidade para eles é principalmente a adoção de soluções que maximizem benefícios e minimizem prejuízos do próprio clima e o reuso de construções antigas.
Vistas pela maioria da população como marcos históricos e também como referências do “sentir-se em casa” pelo sentido de continuidade que oferecem, os prédios antigos passam por transformações para conversão de uso como, por exemplo, transformar uma antiga instalação fabril numa área de lazer comunitária ou uma torre de água, construção comum na Dinamarca, num prédio de apartamentos. “A preservação da cultura é vista como fundamental pela sociedade dinamarquesa, tão sustentável quanto uma cidade acessível, baseada na conectividade e que beneficia o pedestre e os espaços urbanos mais do que os prédios urbanos”, garante Dorte Poulsen, autora de projetos premiados de reuso e conversão de usos em edificações históricas ou apenas antigas.
Casa solar flex – O case da Casa Solar Flex trouxe ao SISAU uma experiência realizada por acadêmicos de seis universidades brasileiras, incluindo grupos de estudos da UFSC e coordenado pelos professores Roberto Lamberts, engenheiro, e José Kós, arquiteto. O projeto foi desenvolvido para uma competição internacional, a Solar Decathlon, que acontece neste ano em Madri (Espanha). “É uma espécie de Fórmula-1 de residências sustentáveis”, explica Lamberts.
Preparada para atender ao conceito de sustentabilidade aplicado ao país onde será exposta, a casa deve receber versões aplicáveis às diversas regiões do Brasil. Trata-se de uma residência compacta, com pouco mais de 50 m² de área condicionada, com todas as diretrizes de sustentabilidade: sistema estrutural em módulos, cobertura com painéis fotovoltaicos, iluminação flexível e com lâmpadas led, uso da água como massa térmica, e uso de vaso sanitário a seco. “Queremos viabilizar a construção de uma casa com energia zero e neutralização de carbono. A iniciativa vai nessa linha e acreditamos que vai ser a única forma de amenizar a questão das mudanças climáticas”, garante Kós.
(Palavracom, 08/10/2010)
Sustentabilidade na arquitetura, cidadania e negócios podem andar juntos
Exemplo de Medellín, outrora a cidade mais violenta do mundo, abriu debates no SISAU, com o arquiteto Gustavo Restrepo
O Simpósio Internacional de Sustentabilidade, organizado pela Associação dos Escritórios de Arquitetura de Santa Catarina (AsBEA/SC), teve início nesta quinta (07) em Florianópolis mostrando como a aplicação de conceitos ecologicamente corretos rende tanto cidadania quanto ótimos negócios. O arquiteto colombiano Gustavo Restrepo abriu o evento apresentando o case de reurbanização da cidade de Medellín, outrora a cidade mais violenta do mundo e que hoje é uma referência internacional de inclusão social e cidadania. Tudo promovido e sustentado por um grande projeto de reformulação urbano de grande escala, levado a cabo através da parceria entre gestão pública e o setor privado da cidade, que tem hoje mais de 2,5 milhões de habitantes.
Com a participação fundamental da sociedade, as comunidades favorecidas que se assemelham em muito às favelas brasileiras tanto no caos urbano como nos elevados índices de violência, “receberam equipamentos urbanos considerados vitais para a sociabilização positiva e criativa entre os cidadãos”, assinala Restrepo. Sistema viário, transportes, saúde, educação, saúde, cultura, lazer e segurança foram as ferramentas utilizadas para criar a Medellín dos sonhos, onde o índice de homicídios, por exemplo, que em 1991 era de 381 para cada 100 mil habitantes, diminuiu para menos de 30 em 2007.
O projeto, que vai sendo implantado em etapas desde 2006, recebeu prêmios internacionais e apostou na intervenção urbana que promove a dignidade e a cidadania. A transformação de Medellín mostra que o planejamento urbano também é uma “arma”, no melhor dos sentidos, para a paz e a convivência saudável e sustentável entre as pessoas, a cidade e o meio ambiente.
Exemplo catarinense – O empresário Valério Gomes apresentou o case do bairro sustentável Pedra Branca, localizado em Palhoça (Grande Florianópolis) e deixou claro que a sustentabilidade rende também bons negócios aos empreendedores. Gomes, que é presidente da incorporadora Pedra Branca Ltda., responsável pela implantação do bairro, disse estar convicto de que a prática da sustentabilidade é rentável e deve ser vista também sob a perspectiva do business. “Intervenções sustentáveis, tanto na arquitetura e urbanismo como em qualquer outra área da economia, é um grande negócio. Não só do ponto de vista do exercício de cidadania mas inclusive do ponto de vista econômico. É de fato um grande negócio, para a sociedade e para os empreendedores”, garante ele.
Primeiro bairro totalmente sustentável a ser implantado na América Latina, a Pedra Branca se transformou em exemplo mundial para o setor, foi selecionado pela Fundação Bill Clinton para participar do Programa de Clima Positivo (junto a outras 17 iniciativas internacionais) e apresentou, além de tudo, um grande sucesso de vendas. Projetado de acordo com as diretrizes estabelecidas pela escola do novo urbanismo, ou urbanismo sustentável, o bairro privilegia o pedestre, a densidade equilibrada, a diversidade, os usos mistos, o senso de comunidade, os espaços públicos, a segurança, a eficiência energética e a harmonia entre a natureza e o que eles chamam de “amenidades urbanas”, como o comércio, as vias e os serviços.
(Palavracom, 07/10/2010)
0 Comentários
cada vez mais nossa cidade esta sendo melhorada mais isso prejudica a natureza numca jogque o lixo na rua isso prejudica mais que a gente arancr uma folha d uma arvore não deixe nimquem que vc ver jgar lixo no chão fale para a prefeitura se vc quiser camselar de cortat as arvores por que sem as arvores não vamos comsequir respirar fasa isso para o bem da nossa cidade.