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Em apenas um ano, roubos subiram 38% na Capital e 74% em São José

Ataques podem estar perto do descontrole

De 15 de agosto a 15 de outubro deste ano, o número de roubos cresceu 38% na Capital e 74% em São José, na comparação com o mesmo período do ano passado. A estatística mostra que a onda de assaltos está cada vez maior. De acordo com o livro SOS Segurança Pública, isso significa que as ações dos bandidos estão descontroladas. O conceito perda de controle da violência ocorre quanto o crescimento passa de 15% num intervalo de 12 meses.

Os autores, Alaor Antonio Bittencourt e Jandir Vieira, escreveram que nesta situação há perda da capacidade de prevenção e há necessidade de mudanças na política de controle da violência.

O secretário de Segurança Pública, André Mendes da Silveira, se recusou a dar entrevista para explicar quais medidas são e serão tomadas. Ele também não autorizou a divulgação de dados de roubos e furtos referentes ao mês de outubro.

O professor de Direito Penal da Universidade do Vale do Itajaí, Alceu de Oliveira Pinto Júnior, disse que quando a Secretaria de Segurança Pública não dá explicações, passa a impressão que não sabe o que medidas adotar. Ele defendeu a transparência das ações policiais.

A SSP não se pronuncia, e os assaltos continuam. Em oito horas, entre as 20h30min de terça-feira e as 4h30min de quarta, pelo menos sete assaltos ocorreram em Florianópolis e em São José. Ontem, no Ribeirão da Ilha, uma idosa cadeirante foi feita refém. Também ontem, um posto na Avenida no Centro foi invadido. Nem as 28 câmeras de vigilância e o segurança privado intimidaram os bandidos.

No Bairro Córrego Grande, o expediente terminou mais cedo. Depois de sofrer dois assaltos em um dia, o dono, Tadeu Carlos Verzola, resolveu encolher o horário de atendimento do estabelecimento, que ficava de portas abertas 24h por dia. O posto foi um dos sete alvos de assaltos na Grande Florianópolis, entre a noite de terça-feira e a madrugada de ontem (veja o quadro com todas as ocorrências).

– Os bandidos não têm mais medo de nada. Os mesmos que vieram ontem (terça-feira) com uma mochila voltaram hoje (ontem) com uma mala. Tenho oito câmeras de vigilância aqui, está tudo filmado.

Criminalidade pode gerar demissões

A criminalidade, nesse caso, vai respingar no número de postos de trabalho no local. Com a medida, quatro funcionários devem ser despedidos.

Uma padaria a cerca de 100 metros do local e uma lanchonete a menos de um quilômetro foram os alvos um pouco mais cedo, na região.

Já a Polícia Civil não descarta a hipótese de a mesma dupla ter atacado mais de três estabelecimentos em sequência. Sem adiantar detalhes da investigação, o titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil, Marcus Vinicius Fraile, garante que as equipes da corporação têm trabalhado integrados para encontrar os responsáveis pela ação.

(Por FELIPE PEREIRA E BIANCA BACKES, DC, 28/10/2010)

SEM ESTATÍSTICAS
Da coluna Visor, por Rafael Martini (DC, 28/10/2010)

Por determinação da Lei 12.992, de junho de 2004, o Estado é obrigado a divulgar trimestralmente as estatísticas de criminalidade em Santa Catarina. No site da Secretaria de Segurança Pública, a última atualização ocorreu há mais de dois anos, com dados do segundo trimestre de 2008 (www.ssp.sc.gov.br). Sem estatísticas, alguém pode explicar como é possível elaborar um planejamento de combate à criminalidade? E a cúpula da secretaria ainda fala em setor de inteligência para as investigações. Por favor, se nem o poder público respeita o que diz a lei, é melhor começar a rezar

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