Editorial do Diário Catarinense (26/08/2010)
É generalizado o clamor da sociedade por melhores serviços de segurança pública. Com efeito, a cidadania produtiva está sitiada e sob constante ameaça da marginalidade. Nas ruas, nos locais de trabalho ou de lazer e, até mesmo, nas residências. A qualquer hora do dia ou da noite. Em Santa Catarina, Estado que, até alguns anos atrás, era apontado como um oásis de tranquilidade no contexto nacional, as estatísticas da violência e da criminalidade dispararam e não param de crescer. Números que se nutrem e aceleram pelo consumo e o tráfico de drogas, pela leniência da lei para com os transgressores e, notadamente, pela falta de mais recursos humanos e equipamentos atualizados nas corporações encarregadas da segurança pública. A visibilidade tranquilizadora do policiamento em ações de patrulha nas ruas é condição essencial à paz pública.
A região da Grande Florianópolis chegou a um paroxismo de violência nesses tempos recentes. Não espanta que a Capital dos catarinenses tenha sido incluída, pela ONU, entre as cidades do planeta que registram um número superior a 10 homicídios por grupo de 100 mil habitantes. A média da cidade chega aos 19.
Além disso, estudos mais recentes constataram que também as cidades do interior, de menor porte, estão no alvo da marginalidade e do crime organizado. Calcula-se que, para oferecer à população serviços de segurança mais eficientes, o Estado deveria contar com algo em torno de 6 mil policiais civis (hoje, eles ficam em pouco mais de 3 mil). Situação semelhante é a vivida pela Polícia Militar. Diante deste quadro, o lançamento do concurso público para a contratação de mais 2,6 mil policiais militares e civis merece registro. Representa um importante passo à frente. Por óbvio, é preciso ir além. Vale lembrar que a segurança pública, além de policiamento mais visível e atuante, depende, ainda, de outros fatores, avultando o da aplicação severa da lei para remeter os transgressores ao seu lugar: a prisão.
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