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Samba se aprende na escola

Projetos desenvolvidos em Florianópolis alimentam sonhos e ajudam na formação de novos músicos

Tem gente que concorda com Noel Rosa: samba não se aprende no colégio. Mas experiências em Florianópolis mostram que a escola pode ajudar na formação de novos músicos.

Um dos exemplos é o Projeto Percussão Popular, da Faculdade Senac. Iniciativa do Ministério do Trabalho e Emprego em parceria com as escolas de samba da cidade, o curso é gratuito e os alunos recebem vale-transporte e material didático. As aulas acontecem no Centro e na Lagoa da Conceição. O músico Marcelo Dutra, 21 anos, dá aulas em duas turmas. Usa o espaço da Casa da Liberdade, anexo ao sambódromo, e tem cerca de 60 alunos. Os instrumentos são emprestados pela bateria da Protegidos da Princesa, onde é o mestre. Alguns são dos alunos.

Na Lagoa da Conceição, o trabalho é de responsabilidade de André FM. São cerca de 20 alunos. A parceria se deu por meio da União da Ilha da Magia. As aulas são na Estação UIM.

A avaliação do Senac é feita pelo critério competência. O aluno mostra se consegue resolver as atividades.

– O perfil é diversificado e o nível é muito bom. Temos alunos que já estão no mercado da música e que aproveitam para ampliar seus conhecimentos. Tenho certeza que vai sair coisa boa daqui – diz Marcelo Dutra.

Além de dar aulas no Senac, ele trabalha como professor de música contratado pela Secretaria de Assistência Social de Florianópolis – atua na formação de jovens no projeto Pró-Jovem. São 25 alunos.

– Neste caso, mais do que formar músico, o objetivo é o caráter social da atividade. São adolescentes de famílias de baixa renda e que não teriam condições de aprender a tocar em uma escola ou curso particular de música – diz o professor.

Experiência semelhante também desenvolve com a Escola de Samba Mirim Mensageiros da Alegria. Pelas aulas, no Colégio Celso Ramos, componentes da agremiação têm aulas de percussão. O objetivo é formar mestres e diretores de bateria para que a agremiação tenha seus ritmistas.

– Na Ilha, os batuques e ritmos estão disponíveis a quem buscar aprender, ou simplesmente apreciar. Rico ou pobre, quem estiver interessado tem a oportunidade de buscar o conhecimento – observa.

Além do trabalho social, Marcelo está envolvido com o projeto Toque de Mestre, que tem como objetivo maior aproximar os músicos da Ilha de Santa Catarina dos grandes artistas da música brasileira.

(Ângela Bastos, DC, 11/07/2010)

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