Europa e EUA largaram na frente. Agora é a vez do Brasil adotar iniciativas para controlar o uso das sacolas plásticas
A grande batalha verde do século 21, às vezes, parece ter um único alvo: a sacolinha plástica. A Associação Brasileira de Supermercados aponta que o setor distribui 12 bilhões de sacolinhas plásticas a cada ano, o que significa 66 unidades anuais por brasileiro.
Na Europa e nos EUA, muitos países já adotaram medidas para frear seu consumo exagerado. Por aqui, iniciativas regionais, como a do Oeste de SC (veja abaixo), também revelam bons resultados.
Produzidas a partir de fontes não renováveis, como o plástico originado do petróleo e do gás natural, as sacolinhas são distribuídas sem custo no comércio e demoram entre cem e 400 anos para se decompor. Leves e resistentes, podem facilmente entupir um bueiro, ou ser responsáveis pela morte de animais marinhos.
Difíceis de reciclar, as sacolinhas são, muitas vezes, usadas para o depósito de lixo doméstico e, assim, seu destino mais óbvio acaba sendo inevitavelmente os aterros sanitários. Essas são razões para uma guerra que, a olhos leigos, parece querer o fim definitivo da sacola plástica.
– Uma sacola não é a grande vilã do ambiente, o problema é seu consumo desenfreado – esclarece Fernanda Daltro, coordenadora técnica da área de consumo sustentável do Ministério do Meio Ambiente.
Venda é alternativa para conter o consumo
Ao invés de serem distribuídas gratuitamente, no outro lado do oceano, as sacolas estão sendo vendidas. Além disso, o uso de unidades retornáveis é estimulado.
Para o presidente da Associação da Indústria do Plástico, Merheg Cachum, o problema está na educação para o uso e o descarte das sacolas.
– Sem educação e consciência, tudo pode ser considerado um problema – garante.
Mas mesmo com o impacto que causam no ambiente, não se pode negar os benefícios trazidos pelas sacolas aos consumidores. Práticas, higiênicas e, agora, mais resistentes, podem ser reutilizadas em várias atividades cotidianas. Esses são alguns dos motivos que fazem com que pesquisadores invistam em criar alternativas ao plástico convencional.
Uma delas é produzi-las a partir de uma fonte renovável. Com o polietileno verde desenvolvido pela Braskem, por exemplo, é possível fazer sacolas plásticas. Ainda assim, o diretor de Desenvolvimento Sustentável da empresa, Jorge Soto, acredita que não basta mudar a matéria-prima.
– É preciso mudar a lógica do consumo – ressalta Soto.
(DC, 20/07/2010)
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