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Prefeitura quer barrar reconstruções de casas atingidas por ressaca

A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano de Florianópolis promete para hoje uma fiscalização na Barra da Lagoa, no Campeche e na Praia da Armação para verificar se as casas danificadas pela ressaca de maio estão sendo reconstruídas, o que está proibido.

Cerca de 70 casas foram atingidas. De acordo com o secretário José Carlos Ferreira Rauen, elas foram construídas em uma época em que não causavam danos ao ambiente e não corriam risco de ser atingidas por ressacas. Mas isso não permite que sejam reconstruídas.

– Ninguém deu entrada na prefeitura para fazer a reconstrução. Obras só podem ser autorizadas com parecer ambiental do município e do Estado depois de analisarmos as condições urbanísticas destas casas. Todas as casas que foram atingidas pela ressaca estão em área de preservação permanente – disse Rauen.

Comunidade aguarda muro para conter o mar

A desempregada Olga Gomes, 46 anos, moradora da Praia da Armação, quer reconstruir a casa. Ela perdeu cerca de 30 metros do terreno para o mar e teve parcialmente destruída a casa de dois andares. Desde maio, quase todos os dias ela faz serviço de servente de pedreiro com a ajuda de parentes e vizinhos. Todos trabalham com cimento, telhas, tijolos e madeiras. Segundo Olga, a reconstrução só não foi concluída por falta de dinheiro. Para ela, a vida está um “caos”.

– É mais difícil perder do que construir. A casa ficou partida. Já consegui fechar os buracos com tijolos. Provisoriamente estou morando em um albergue no Pântano do Sul. Acho muito cedo para se desvincular do ninho. Minha vontade é continuar aqui na Armação – diz Olga.

Moradores da praia estão curiosos para saber se o muro que a prefeitura constrói na região será eficiente.

– Há males que vêm para o bem. Tomara que o muro que começaram a fazer depois da ressaca melhore a nossa situação – disse o advogado Paulo Josias, 62 anos.

Na Praia do Campeche, cinco das oito casas danificadas podem ceder mais. A dentista Liziane Oliveira, 34 anos, está assustada com a situação.

– Todo ano tem ressaca, mas nunca aconteceu tão forte. O problema agora é com os ferros, concretos e fios desencapados que caem e ficam muito perto do mar. Antes da situação ficar pior, tivemos uma reunião com a prefeitura – disse.

(Por JOANA GANDIN, DC, 06/07/2010)

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