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Descaso vai custar caro

Da coluna Visor, por Rafael Martini (DC, 06/06/2010)

A natureza cansou de avisar. Não deram ouvidos. O mar avançou mais rápido e forte do que imaginavam na Praia da Armação do Pântano do Sul, em Florianópolis. Engoliu a faixa de areia como uma criança esfomeada na hora do bolo de chocolate. Agora, só uma megaoperação pode salvar um dos redutos mais tradicionais da Ilha de Santa Catarina. O cenário parece de guerra.

Os caminhões se enfileiram na Rua Hermes Guedes da Fonseca, à espera da vez para descarregar as pedras. Para chegar à praia, enfrentam uma ruela estreita, que se esfacela à medida que toneladas passam sobre a área sem calçamento. São mais de 60 caminhões por dia, sem domingo ou feriado, para construir o muro de 1,5 mil metros de extensão com 120 mil toneladas de rocha. José Carlos Portella, diretor da Sulcatarinense, que executa a obra, sugere uma análise sobre as causas naturais.

Em 1998, uma forte ressaca também atingiu a Praia da Armação. Diante do avanço do mar, o Estado encomendou um estudo. Dois anos depois, recebeu a sugestão: um engordamento de 57 metros da faixa de areia e a construção de um molhe. Em 2003 foi criado o Deinfra e o projeto, por pouco, não se perdeu nos escaninhos do governo. Luiz Costa, servidor do Deinfra e morador da região Sul, pesquisou e achou.

Os números foram atualizados e, em 2006, o projeto foi enviado ao Ministério das Cidades. Valor estimado em R$ 16 milhões. Na última ressaca, quando o Planalto cobrou o detalhamento, foi informado de que o documento já estava em Brasília. Serão necessários cerca 700 mil metros cúbicos de areia para reconstruir a praia, quantidade equivalente à usada para a o aterro dos 2,3 quilômetros da Beira-Mar Continental, ao preço de R$ 20 milhões. A natureza cansou de avisar. Não deram ouvidos. Vão trabalhar dobrado!

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