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Para Defesa Civil, situação ainda não é de emergência na Barra

Parecer entregue à prefeitura diz que praia sofre problema pontual e não há previsão para obras

Embora cinco casas tenham sido parcialmente destruídas e quatro estejam ameaçadas pelo avanço do mar, a Defesa Civil Municipal de Florianópolis considera que a ressaca na Barra da Lagoa ainda não é suficiente para que seja decretada situação de emergência no local.

De acordo com Máximo Seleme, coordenador do órgão, esse foi o parecer entregue ao prefeito Dário Berger na tarde de ontem.

– É uma questão pontual, que não se caracteriza como erosão marinha – afirma Seleme.

Os maiores danos materiais são de estabelecimentos comerciais que foram construídos em áreas irregulares. Até o momento, não estão previstas obras no local. A expectativa da Defesa Civil é de que a situação volte ao normal naturalmente.

Enquanto o mar não recua e a ajuda não chega, moradores e comerciantes estão colocando pedras, formando um muro semelhante ao que está sendo feito pela prefeitura na praia da Armação, no Sul da Ilha.

Na manhã de ontem, técnicos da Defesa Civil se reuniram com o prefeito Dário Berger e o secretário de Obras da Capital, José Alexandre Nilton para vistoriar o andamento das obras da Armação. Os caminhões carregados de pedras começaram a chegar na quinta-feira.

De acordo com o secretário de Obras, diariamente 58 veículos fazem cerca de 150 viagens. Cada caminhão tem capacidade para 19 toneladas. O muro de pedras terá 1.750 metros e será erguido no prazo de 90 dias.

De hoje até amanhã, há previsão de mais ressaca na Ilha. Um ciclone extratropical que se formou entre o Uruguai e o Sul do país deve deixar o mar agitado, com ondas que podem chegar a até quatro metros.

De acordo com o meteorologista da Epagri Ciram Marcelo Martins, esse já é o quinto ciclone que atua no Estado entre abril e maio.

– A média anual de ciclones no Sul do país é de quatro a oito e tivemos cinco em apenas dois meses. Uma provável explicação seria que as temperaturas na superfície do Atlântico Sul estão mais altas. Outra questão é que estamos em ano de El Niño.

(Por Mayara Rinaldi, DC, 01/06/2010)

Barra da Lagoa
Da coluna de Cacau Menezes (DC, 01/06/2010)

Além da Armação do Pântano do Sul, outra comunidade da nossa Ilha de Santa Catarina afetada pelas recentes ressacas é a Barra da Lagoa. Quanto a Barra da Lagoa, a mídia tem registrado que os estragos podem estar sendo causados após a construção do molhe, em 1990. A construção do molhe deu-se, efetivamente, há mais de 30 anos, entre 1979-83, quando o assoreamento do canal da Barra era frequente. O depósito de areia praticamente inviabilizava a entrada de água salgada e de peixes na Lagoa da Conceição. A vida da Lagoa e na Lagoa estava ameaçada. Para a construção do molhe, a Prefeitura de Florianópolis buscou a assessoria do curso de Oceanografia da Fundação Universidade do Rio Grande (FURG), instituição federal localizada naquela importante cidade portuária. Possivelmente, o projeto esteja nos arquivos da PMF ou da Comcap. Pelo que se tem conhecimento, a solução mais apropriada havia sido recomendada, décadas anteriores, por especialista francês, que indicava a abertura de um canal entre a Prainha da Barra da Lagoa, localizada no canto sul, até à altura da atual ponte pênsil. Esta alternativa foi descartada, pelo custo que representava.

Defesa Civil vistoria praias da Armação e Barra da Lagoa

Situação da Barra da Lagoa é diferente da Armação. Uma foi atingida por erosão marinha e outra por ressaca.

Em vistoria na manhã de hoje, a Defesa Civil percorreu as faixas litorâneas da Armação do Pântano do Sul e Barra da Lagoa e verificou a situação de cada região.

Na Armação do Pântano do Sul, 31 casas continuam condenadas e 80 pessoas foram atingidas. Na vistoria das obras, a situação está normalizada e o andamento está conforme o previsto. Moradores acompanham os trabalhos de contenção do mar e reconstrução de algumas localidades.

Na Barra da Lagoa, a situação é diferente. Enquanto na Armação houve erosão marinha, na Barra da Lagoa uma ressaca atingiu residências e comércios da região. Segundo análise da Defesa Civil a situação na localidade vai ser restabelecida através de uma recomposição natural da praia, mas o órgão vai continuar fazendo vistorias.

Segundo o diretor da Defesa Civil, Maximo Seleme, “o que houve na Barra da Lagoa foi uma ressaca, e esse evento pode vir a acontecer em outras praias da região, mas são danos que não chegaram próximo ao que ocorreu na Armação.”

Outras localidades de Florianópolis estão sendo fiscalizadas pelo órgão. Como é o caso do Ribeirão da Ilha, Maciço do Morro da Cruz e Vila Aparecida, na região continental. Nesta última, casas foram parcialmente soterradas e famílias deslocadas para casa de parentes. Na Rodovia Baldicero Filomeno, no sul da ilha, houve casas interditadas e que aguardam providencias de proprietários.

A previsão de chuva não está descartada para a próxima quinta-feira, com isso a Defesa Civil se mantém em alerta e atendendo pelo fone 199.

(PMF, 31/05/2010)

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1 Comentário

  1. Pedro Sirzanink disse:

    Não concordo com a afirmação de que a construção dos molhes da Barra tenha ocorrido entre 1979 e 1983. Mudei-me para a Barra em 1982 e desfrutei na época, da praia limpa junto ao costão, onde havia pequenas poças de água em sequência, que serviam de balisa para as antigas e periódicas aberturas de um canal para o mar. A construção, pois, ocorreu depois desse ano, e não antes.
    Seria saudável consultar a documentação da época (um jornal, porque não?) para depois afirmar as datas corretas.

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