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Revitalização da Biblioteca Pública de Santa Catarina vai valorizar arquitetura e circulação

A Biblioteca Pública vai ganhar uma nova cara. Uma reforma de R$ 5 milhões deverá estimular o acesso e garantir a preservação de um dos mais importantes acervos literários do Estado, com 120 mil itens. O projeto de revitalização foi escolhido por meio de um concurso nacional organizado pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB). O vencedor foi o arquiteto paulistano Filipe Gebrim Doria.

A partir de agora, Doria tem seis meses para desenvolver o projeto com suas especificações técnicas. Depois, será aberta uma licitação para seleção da empresa que executará a reforma, que não tem data para começar.

O arquiteto conta que desenvolveu a proposta pensando em transformar o lugar num signo urbano forte e legível, um espaço rico, agradável, que atraísse as pessoas, para ser usufruído em sua plenitude pela população.

– Pensar o projeto de readequação nos levou além das considerações pertinentes aos aspectos materiais da intervenção. Acreditamos que a mesma devia impor-se como uma importante referência na sociedade local – observa Filipe que queria para a edificação não apenas uma arquitetura funcional, mas oportuna.

A partir destas premissas, surgiu um aparente antagonismo: como criar um edifício que tenha uma relação “aberta” com o espaço público mas que ao mesmo tempo, como biblioteca, tem a característica intrínseca de ser um espaço que deve privilegiar a introspecção?

Na parte externa, a fachada intrigante do edifício diferencia-se das outras construções da região, porque a maioria são espaços destinado a atividades comerciais do centro da cidade.

– Internamente o edifício é trabalhado de modo a gerar uma riqueza espacial, utilizando de recursos como os vazios, que dão unidade visual e integram o prédio verticalmente, e iluminação natural. Cria-se assim uma diversidade de ambientes; ora generosos, com espaços abertos e pé-direito monumental, ora mais aconchegantes, restritos; ora mais dinâmicos, ora mais calmos – comenta Filipe.

A diversidade do ambiente facilitou a solução arquitetônica técnica e funcional permitindo a realização de melhorias no trânsito dos usuários, nas condições de temperatura e umidade adequadas ao acervo e iluminação e ventilação nas áreas de leitura.

– Com esse tipo de licitação, levamos em consideração a qualidade, e não apenas o preço. Ganha a cidade, a cultura, a estética paisagística, já que tivemos a contribuição dos arquitetos de todo o Brasil – afirma a presidente da FCC, Anita Pires.

(Por Jacqueline Iensen, DC, 05/04/2010)

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