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Farra-do-boi é substituída pela Farra do Chocolate no Córrego Grande

Há quatro anos o domingo de Páscoa é celebrado com um outro tipo de movimentação na comunidade Sertão do Córrego Grande. Os moradores que caminhavam próximo à Praça do Poção eram acostumados a presenciar bois soltos nesta época do ano, quando se inicia a prática da Farra do Boi nas regiões de origem açoriana. Agora, o correr dos animais para fugir dos farristas foi substituído pela mistura de expectativa e alegria de crianças e adolescentes que também correm, mas para encontrar centenas de chocolates e outras guloseimas escondidas por toda a praça. A quarta edição da Farra do Chocolate vai acontecer às 9h do domingo de Páscoa (04/04) e é aberta à comunidade.

A iniciativa de criar uma nova tradição no bairro – até porque a Farra do Boi está enquadrada, desde 1998, na Lei Federal nº 9.605, caracterizada como crime ambiental -, partiu de César Floriano dos Santos, professor do departamento de Arquitetura e Urbanismo UFSC e presidente da Associação de Moradores do Sertão do Córrego Grande (Amosc). A Associação foi fundada em 2007 e logo em seguida o projeto foi colocado em prática. “Queríamos fazer uma Páscoa criativa para as crianças, recuperar o imaginário do coelho, e não apenas distribuir presentes”, explica Floriano.

No ano passado, cerca de 60 crianças participaram da Farra do Chocolate. Independente da procura pelos doces, todas receberam uma cesta de guloseimas preparada pela Associação antes do evento começar. Mas é a caçada ao tesouro – chocolates e ovos grandes – que atrai crianças e adolescentes. Até os adultos participam da brincadeira quando o objetivo é achar os ovos maiores.

Para organizar o evento, os grupos são separados de acordo com a faixa etária dos participantes. Os primeiros a ganhar os presentes são crianças de colo e idosos. Na área de gramado da praça ficam as crianças de até três anos. A partir daí o nível de dificuldade aumenta: crianças de três a cinco anos já procuram os ovos na mata e, dessa idade em diante, por toda a extensão da praça. A Farra dura em torno de quatro horas, porém alguns presentes não são achados no domingo. Quem quiser insistir na busca dos ovos pode encontrar alguns durante a semana seguinte, quando os 20 organizadores recolhem os doces com a ajuda de um mapa feito dias antes do evento.

Assim como nos anos anteriores, a Farra do Chocolate conta com a doação dos doces para que possa ser realizada. As contribuições podem ser entregues na Pizzaria Cantinho de Veneza, no bairro Córrego Grande, ou depositadas na conta da Amosc (Caixa Econômica Federal, agência 1011, conta 1898-5, operação 003). No ano passado a Amosc recebeu 10 ovos de chocolate além de doces menores, o que resultou na distribuição de 300 cestas para os participantes.

Informações com o professor César Floriano: 3234-9848.

(Por Cláudia Mebs Nunes, Agecom/UFSC, 31/03/2010)

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