Visando debater as propostas para a implantação de transporte marítimo em Florianópolis, a Secretaria Municipal de Transportes, Mobilidade e Terminais realizou, no dia de ontem (25 de março), o I Seminário sobre Transporte Marítimo de Florianópolis.
Dezenas de pessoas, incluindo representantes de ONG’s, moradores da ilha, biólogos e geógrafos, além das autoridades presentes, escutaram, na sede do CDL, palestras com especialistas. A participação da plateia foi intensa nas mesas de debates em que, além de proferir perguntas aos palestrantes, as pessoas puderam dar suas opiniões e partilhar suas atuais dificuldades.
Na parte da manhã, a Dra. Marinez Scherer, bióloga, tratou do gerenciamento costeiro e a necessidade de planejamento para que não haja conflito entre as diversas atividades que são exercidas nesta área. O transporte marítimo não pode ser pensado isoladamente, mas de modo a não prejudicar outros trabalhos, como a maricultura, por exemplo.
Falou também a Dra. Analúcia Hartmann, procuradora da República, que frisou a necessidade de que sejam feitos previamente estudos profundos. Para ela, embora seja claro de que não há como concretizar o projeto sem que haja nenhum impacto, este pode ser positivo se as ações forem pensadas a médio e longo prazo.
À tarde, o capitão de corveta da Capitania dos Portos em Santa Catarina, José Antônio Gomes da Silva, tratou das normas de segurança que devem ser levadas em consideração para que este tipo de transporte não ofereça riscos.
O oceonógrafo, Alberto Pedrassani Costa Neves, lembrou que transporte marítimo, em Florianópolis, não é algo novo e que talvez a construção das pontes nos tenha feito dar as costas para o mar, que são vias prontas. Alberto enumerou as premissas e condicionantes que devem ser levadas em consideração no projeto, além de demonstrar os trajetos em que se faz urgente a constituição de linhas aquaviárias.
Em janeiro deste ano, o vice-prefeito e Secretário de Transportes João Batista Nunes havia se reunido com o superintendente estadual do Banco do Brasil em Santa Catarina, José Carlos Reis da Silva para começar a tratar de transporte marítimo. No dia de ontem, o BB reafirmou a parceria com a prefeitura, representado pelo seu gerente de desenvolvimento regional sustentável, Carlos Werner Neto. Em discurso, Werner afirmou que o interesse do banco no projeto não é o de apenas entrar com recursos financeiros, mas que também pretendem oferecer sua experiência na elaboração de um plano de negócios que atenda ao tripé da sustentabilidade: questão social, econômica e ambiental.
Falou ainda o presidente da Cooperbarco, Volnei Valdir Andrade, sobre a experiência do transporte lacustre na Bacia da Lagoa. Lembrando que na Lagoa há vilarejos em que só é possível se chegar por trilha ou barco, Volnei afirmou que “se o transporte lacustre fosse ruim, os moradores já teriam pedido a construção de estradas”.
Finalmente, encerrou o Seminário o vice-prefeito e Secretário de Transportes, João Batista Nunes, confirmando a vontade política de executar este projeto de modo planejado, valorizando o pescador artesanal. Para ele, os barcos não chegarão para competir com os meios de transporte coletivos, mas com o transporte individual.
(PMF, 26/03/2010)
Parceria com o Banco do Brasil: palestra de Carlos Werner Neto
O gerente de desenvolvimento regional sustentável do Banco do Brasil fala sobre o apoio que o Banco pretende dar ao transporte marítimo em Florianópolis. Palestra no I Seminário sobre Transporte Marítimo de Florianópolis, em 25/03/2010.
A ideia é que, onde o Banco do Brasil se fizer presente, retorne à comunidade o que a comunidade dá ao banco.
O Banco do Brasil está aqui não somente por uma questão de recursos, mas para apresentar uma metodologia e dar concretude a tudo o que está sendo feito, junto com o SEBRAE e outros parceiros que estão dando consultoria nessa área.
O projeto é baseado no tripé da sustentabilidade: questão social, econômica e ambiental.
A atuação do Banco do Brasil se dá por etapas, com a sensibilização, a capacitação, a escolha das atividades produtivas, a formação das equipes de DRS (definição da equipe técnica para pôr em prática o transporte marítimo). Feito isso, faremos um diagnóstico, elaboraremos um plano de negócios em que será definido quais são as ações voltadas para as comunidades envolvidas e a questão ambiental. O Banco disponibiliza uma análise de mercado dentro da cadeia produtiva, no Brasil e no mundo, para sugerir retoques antes de implementar o projeto, que é a última fase.
A implementação é feita através de ações com parcerias. E, por fim, o monitoramento e a avaliação das ações a curto, médio e longo prazo.
O nosso começo é a Cooperbarco. Hoje temos o transporte lacustre na Barra da Lagoa e provavelmente este é o nosso ponto de partida, mas este debate tem que ser ampliado com outras cooperativas que existem na cidade.
(PMF, 26/03/2010)