Controladores do aeroporto da Capital recebem informações não só de Florianópolis, mas também de Urubici e Curitiba
Os controladores de voo, responsáveis pelo gerenciamento do tráfego aéreo, tomam decisões capazes de salvar vidas. Agora, com nova tecnologia, eles recebem mais informações, e que são exibidas de forma mais organizada na tela de um monitor. O Centro de Controle e Aproximação (APP) de Florianópolis, localizado no Aeroporto Internacional Hercílio Luz, já conta com o sistema. E o passageiro ganha mais segurança.
Todo dia, os controladores de voo de Florianópolis são responsáveis pela segurança de aproximadamente 100 voos – número que deve crescer em 40% a partir deste mês, por causa das férias. Evitar uma possível colisão entre duas aeronaves é um dos objetivos destes profissionais.
A tecnologia, chamada de Sistema de Tratamento e Visualização de Dados (STDV), está em uso há seis meses, mas só foi apresentada ontem à imprensa. O APP de Florianópolis é responsável pelo gerenciamento do tráfego aéreo em um raio de 40 milhas ao redor do aeroporto.
No sistema antigo, os controladores tinham informações apenas dessa área. Agora, além dos dados exibidos pelo radar de Florianópolis, eles contam com a leitura de mais dois equipamentos: o de Curitiba (PR) e o do Morro da Igreja, em Urubici.
– O controlador poderá ver as aeronaves que estão se aproximando da área de controle. Torna-se mais fácil gerenciar o tráfego aéreo, o que dá mais segurança aos passageiros. Além disso, podemos gerenciar de seis a oito aeronaves. Antes, era de apenas quatro. Se o aeroporto tivesse condições, este número poderia ser de 14 aeronaves – explicou o comandante do Cindacta II, coronel aviador Leônidas de Araújo Medeiros Júnior.
O ambiente de trabalho dos controladores também melhorou. Como o sistema antigo era monocromático, a sala ficava na penumbra. Agora, a nova tecnologia é colorida e a luz pode entrar pela janela.
O novo sistema conta ainda com uma ferramenta de aviso. Se duas aeronaves estão em uma rota de conflito, podendo passar a uma distância de menos de 20 quilômetros uma da outra, o sistema avisa. Na tela do computador, os ícones que representam as aeronaves começam a piscar.
– Vamos supor que a aeronave esteja transitando em uma região serrana e o controlador limita a altitude em 7 mil pés (2,13 mil metros). Antes, não dava para saber se a aeronave estava seguindo a ordem. O controlador precisava entrar em contato com o piloto para conferir a altitude – conta o comandante do Cindacta II.
Tecnologia brasileira, com padrão de primeiro mundo
A modernização dos Centros de Controle e Aproximação (APP) já foram realizados em nove locais, além de Florianópolis. A tecnologia do Sistema de Tratamento e Visualização de Dados (STDV) é nacional.
O sistema é de responsabilidade da Atech Tecnologias Críticas, uma fundação de direito privado. Ela é fiel depositária do patrimônio tecnológico adquirido pelo país desde 1950.
– Técnicos participaram desde o processo inicial de absorção da tecnologia francesa. Eles foram à França fazer a aquisição de tecnologia. De volta ao Brasil, desenvolveram o sistema, que nada deve aos melhores do mundo – explicou o diretor da empresa, Delfim Ossamu Mijamara.
(DC, 09/12/2009)
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