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Sem nada que impeça a felicidade de ouvi-la

Depois de marcar e desmarcar shows em Florianópolis, Roberta Sá finalmente apresenta aqui seu Pra se Ter Alegria

Roberta Sá já tocou duas vezes em Florianópolis. Só que foram apresentações fechadas. Por isso, a cantora encara a apresentação que fará hoje à noite, no Teatro Álvaro de Carvalho, como o sua estreia nos palcos da Capital. O show faz parte da turnê do DVD/CD Pra Se Ter Alegria, lançado em 2009.

É a própria Roberta quem lembra que essa curiosa situação.

– É uma realização. A gente estava querendo tocar aí a muito tempo, mas sempre surgia algo imprevisto. Marcava e desmarcava, marcava e desmarcava – afirma.

Sua voz é, sem dúvida, uma das que se sobressai na nova geração de intérpretes da música brasileira. O escritor Ruy Castro cita Roberta como uma “cantora canônica”, que “cristalizou um estilo a que qualquer canção, por mais nobre ou vadia, se amolda – venha esta de Chico Buarque, Cartola ou Janet de Almeida, ou dos novos talentos que parecem se realizar ao escrever para ela”.

O espetáculo vai trazer ao público da Ilha um apanhado dos seus dois discos de estúdio, Braseiro (2005) e Que Belo Estranho Dia pra se ter Alegria (2007). No repertório, estarão sucessos como Alô Fevereiro, Interessa?, Janeiros, Mais Alguém e Eu Sambo Mesmo. Há alguns petiscos especialíssimos. Um deles é a nova Agora Sim, escrita por Roberta com Carlos Rennó e Pedro Luis. O outro é Samba do Balanço, de Luis Machado, que no DVD conta com a participação de Marcelo D2 – e não é exatamente novidade do set list.

– É nova em termos. Ficou fora do repertório por muito tempo e voltou agora – explica Roberta.

O DVD Pra Se Ter Alegria demonstra que a cantora está em grande forma, segura tanto na interpretação como na relação com o seu público.

– Eu adoro estúdio, adoro gravar, mas a energia é mais voltada para dentro, é diferente ao vivo, em que essa energia se propaga. Com a turnê do último trabalho, eu aprendi a me apaixonar pelo palco e pela relação com a plateia – confessa.

Assim como o DVD, o show é um amálgama de dois “mundos” que, na superfície parecem diferentes, mas que, como a própria artista comprova de maneira talentosa, podem coexistir: a tradição da MPB e o contemporâneo, como Trio Madeira, Hamilton de Holanda, o violonista Yamandú Costa.

A cantora diz que o estereótipo do Sul – a região povoada por descendentes de europeus, uma cultura mais fria – não corresponde ao que já vivenciou nos palcos meridionais e à expectativa que traz para a Ilha. E lembra sempre do entusiasmo de um grande amigo para falar da Capital catarinense.

– O público do sul é o público brasileiro, público da praia, do calor. O Yamandú, por exemplo, adora Florianópolis, ama tocar aí – complementa Roberta Sá citando o violonista gaúcho.
RENÊ MÜLLER
Serviço
Onde: Teatro Álvaro de Carvalho (Rua Marechal Guilherme, 26, Centro, Florianópolis)
Quando: hoje
Horário: 21h
Ingresso: R$ 80 inteira, R$ 40 meia entrada

(DC, 30/11/2009)

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