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Palhaçada é coisa séria

O festival Anjos do Picadeiro, que discute a nobre arte de fazer rir, será realizado em Florianópolis pela primeira vez

Prepare-se! Uma turma de nariz vermelho, olhar de tonto e sapatos grandes está chegando à cidade. Trazem na mala suas roupas coloridas, acessórios extravagantes e uma imensa capacidade de nos levar a refletir, rindo deles e de nós mesmos. Entre os dias 23 e 29 de novembro, cerca de cem palhaços e estudiosos da área, vindos das ruas, circos, universidades e cabarés de várias partes do Brasil e do mundo vão se reunir em Florianópolis. É a oitava edição do Anjos do Picadeiro, evento bienal organizado pelo grupo Teatro do Anônimo, do Rio de Janeiro, que neste ano desembarca em Santa Catarina.

Mas por que, apesar do tempo e da tecnologia, que tem derrubado tantos mitos no mundo, o palhaço segue firme e forte no imaginário popular?

– É que o palhaço é o arquétipo que o ser humano criou para dar conta de suas limitações, de sua arrogância, de sua finitude. É um arauto do seu tempo – diz o diretor e um dos criadores do Anjos dos Picadeiro, João Carlos Artigos.

Ele, que há 18 anos se aventura pela arte do riso, decidiu, em 1996, com os integrantes do grupo Teatro do Anônimo, fazer um encontro que fosse além da palhaçada. A ideia era investigar, discutir, banir a impressão de superficiliadade. O encontro teve tanta demanda que tornou-se impossível deixar de realizá-lo.

A arte do clown está muito além do sapato maior do que o pé, das roupas desajeitadas, dos cabelos desalinhados e do nariz de bolinha. Esta representação mostra o quanto o ser humano vive fora do prumo, muitas vezes incapaz de redescobrir a simplicidade no contato humano, sempre tão carregado de subterfúgios.

O universo do palhaço, que por vezes parece tão simples, é muito mais complexo do que se imagina. Palhaço pode fazer rir, mas também fazer chorar. Seu papel é cutucar a essência das pessoas. Mais do que uma profissão, ser palhaço é estado de espírito.

– O palhaço é uma lente de aumento do ser humano – afirma a atriz e organizadora do evento em Florianópolis, Vanderléia Will.

Nele brotam emoções desde as mais singelas até as mais malvadinhas; porque o olhar do palhaço é transparente, ingênuo e ridículo. Tão ingênuo e ridículo como qualquer um de nós. O ator Pepe Nuñes diz que palhaço é alguém com muita disposição para divertir, que chama a atenção para tudo o que a humanidade precisa melhorar no mundo.

– É um transgressor que quebra a ordem estabelecida – diz, e ressalta ainda a característica da insistência.

– Ele se ferra, mas sempre encontra uma saída – analisa Nuñes.

Pepe considera que, para esses profissionais, a perspectiva de tornar o mundo mais interessante é um desafio que permite a possibilidade de superação criativa.

(DC, 12/11/2009)

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