Funcionários da Zona Azul decidiram continuar paralisados. Ontem à tarde, eles realizaram uma manifestação pelas ruas centrais de Florianópolis
Os funcionários da Zona Azul decidiram continuar com a paralisação das atividades. Ontem, eles protestaram nas ruas centrais da Capital e depois se reuniram na frente da Câmara de Vereadores, enquanto os parlamentares discutiam o projeto de lei que prevê a concessão dos serviços à iniciativa privada.
A passeata começou às 13h, e a fiscalização nas ruas de Florianópolis ficou suspensa durante toda a tarde. O líder da comissão dos trabalhadores criada para negociar uma saída para o impasse, Alexandre Fernandes, pediu, durante a reunião com as quatro comissões envolvidas, a retirada da votação em regime de urgência.
– O que está em jogo é o emprego de 294 pessoas. Precisamos de tempo para discutir melhor. Não é possível definir esta situação assim tão rápido – afirmou Fernandes.
O projeto de lei da pricatização foi encaminhado para a Câmara dos Vereadores, pelo prefeito Dário Berger, no dia 16 de setembro. As comissões de Justiça, Trabalho, Viação e Orçamento vão apresentar seus pareceres até o dia 30 de outubro. A votação no plenário deve acontecer até 3 de novembro, mas ainda não tem data definida.
A reunião com os vereadores, funcionários da Zona Azul e o presidente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) durou cerca de três horas. De acordo com o presidente da Câmara, Gean Loureiro, os vereadores se reuniram para esclarecer detalhes da matéria. No fim da discussão, eles acenaram para possíveis modificações no texto original do projeto de lei.
O presidente do Ipuf, Atila Rocha, explicou que o projeto de lei apenas regulariza uma situação “com características privadas” que existe desde 1995, quando a Zona Azul foi criada pela lei municipal.
Presidente do Ipuf diz que serviço não dá lucro
Segundo ele, a decisão da prefeitura foi motivada por uma iniciativa do Ministério Público que questiona a legitimidade dos monitores e da Guarda Municipal aplicarem multas nos usuários do serviço.
Os funcionários do sistema de estacionamento rotativo pago em vias públicas, conhecido por Zona Azul, são contratados pela Associação Florianopolitana de Voluntários (Aflov). A Gerência de Trânsito do Ipuf tem um convênio com a Aflov para a exploração das 4,8 mil vagas de estacionamento.
Rocha justificou que nos últimos dois anos a receita da Zona Azul, cerca de R$ 350 mil mensais, é equivalente ao valor das despesas e que o serviço não dá lucro.
– Com a iniciativa privada conseguimos mais autonomia e agilidade no serviço que pode aumentar os lucros. A atividade precisa ser expandida para os balneários e para a Lagoa da Conceição – justificou.
Também participaram da passeata os representantes do Sindicato dos Bancários, da Associação de Praças de Santa Catarina (Aprasc), do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano (Sintraturb), entre outros movimentos sociais que prometem realizar um amplo movimento na Capital contra a concessão dos serviços.
nanda.gobbi@diario.com.br rotativo pago em vias públicas, conhecido por Zona Azul, são contratados pela Associação Florianopolitana de Voluntários (Aflov). A Gerência de Trânsito do Ipuf tem um convênio com a Aflov para a exploração das 4,8 mil vagas de estacionamento.
Rocha justificou que nos últimos dois anos a receita da Zona Azul, cerca de R$ 350 mil mensais, é equivalente ao valor das despesas e que o serviço não dá lucro.
– Com a iniciativa privada conseguimos mais autonomia e agilidade no serviço que pode aumentar os lucros. A atividade precisa ser expandida para os balneários e para a Lagoa da Conceição – justificou.
Também participaram da passeata os representantes do Sindicato dos Bancários, da Associação de Praças de Santa Catarina (Aprasc), do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano (Sintraturb), entre outros movimentos sociais que prometem realizar um amplo movimento na Capital contra a concessão dos serviços.
nanda.gobbi@diario.com.br
NANDA GOBBI
Histórico
> A mobilização dos funcionários da Zona Azul teve início na manhã de sexta-feira passada, dia 16. Eles voltaram ao trabalho na terça-feira, dia 20, e a prefeitura recuou sobre a ideia de demissões por causa da manifestação.
> O Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf) informou que os monitores terão de repor os três dias de greve trabalhando além da carga horária. O acordo foi fechado numa reunião entre os monitores, vereadores e o Ipuf, também na terça-feira.
> O impasse continua, já que o presidente do Ipuf, Átila Rocha dos Santos, afirmou que o projeto de lei para concessão da Zona Azul permanece com apoio da prefeitura.
(DC, 23/10/2009)
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