A moção de repúdio divulgada, na quarta-feira, por delegados de polícia a um discurso proferido pelo comandante da Polícia Militar de Santa Catarina, durante evento realizado no Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos da corporação, provocou uma situação de crise e tensão no sistema de segurança pública do Estado. Neste jogo de vaidades feridas, interesses contrariados e atribuições confusas e conflitantes, não há e não haverá vitoriosos, mas apenas um derrotado: o cidadão catarinense, que clama por mais segurança, enquanto o crime e a violência correm à solta nas ruas, e enquanto os funcionários cuja missão é servi-lo e defendê-lo entregam-se a um bate-boca inócuo e denotam incapacidade para superar suas divergências pelo diálogo de suas lideranças e sem arranhar a disciplina.
Sugere, ainda, o episódio, que está faltando uma voz forte e autorizada para chamar esses funcionários à razão, e manter a disciplina e o bom senso essenciais ao adequado funcionamento deste importante setor do serviço público. Datam de mais tempo as diferenças que passaram a dividir as polícias Civil e Militar do Estado. Devem-se elas não apenas a supostos choques de competência, mas também a reivindicações salariais e funcionais frustradas. Também as guardas municipais – ao menos as de Florianópolis e de São José – participam como coadjuvantes do imbróglio, cujo ponto culminante foi atingido com o discurso do coronel-comandante da PM e a moção de repúdio dos delegados da Polícia Civil.
Repita-se, para ficar bem claro: a condição de policial, seja militar ou civil, a ninguém outorga privilégios, ao contrário, confere a esses servidores responsabilidades cujo cumprimento exige sacrifícios e impõe riscos. Além disso, como todos os demais funcionários públicos, também estes devem dedicação e trabalho à cidadania, que paga seus salários com os tributos – eles não são leves nem poucos – que recolhe. E é a cidadania que condena este procedimento e quer ver, o quanto antes, o fim da esdrúxula e perigosa situação agora criada.
Quase todas as estatísticas referentes à criminalidade no Estado estão em ascensão, dos furtos no comércio e dos roubos de veículos ao tráfico de drogas e aos homicídios. A banalização da violência atingiu o paroxismo nesses tempos em que as relações humanas são cada vez mais pautadas por toda a sorte de apelos consumistas, e nos quais os piores exemplos vêm de cima, num quadro de corrupção epidêmica e de degradação dos valores e das instituições. A cidadania precisa ser defendida, neste cenário ameaçador, por aqueles que têm a obrigação constitucional de fazê-lo, com dedicação integral. Há maneiras bem mais eficientes e civilizadas de aplainar eventuais diferenças entre as corporações policiais.
(Editorial, DC, 02/10/2009)
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 meses | Este cookie é definido pelo plugin GDPR Cookie Consent. O cookie é usado para armazenar o consentimento do usuário para os cookies na categoria "Analíticos". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 meses | Este cookie é definido pelo plugin GDPR Cookie Consent. Os cookies são usados para armazenar o consentimento do usuário para os cookies na categoria "Necessários". |
viewed_cookie_policy | 11 meses | O cookie é definido pelo plugin GDPR Cookie Consent e é usado para armazenar se o usuário consentiu ou não com o uso de cookies. Ele não armazena nenhum dado pessoal. |
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
collect | sessão | Usado para enviar dados ao Google Analytics sobre o dispositivo e o comportamento do visitante. Rastreia o visitante através de dispositivos e canais de marketing. |
CONSENT | 2 anos | O YouTube define este cookie através dos vídeos incorporados do YouTube e regista dados estatísticos anônimos. |
iutk | 5 meses 27 dias | Este cookie é utilizado pelo sistema analítico Issuu. Os cookies são utilizados para recolher informações relativas à atividade dos visitantes sobre os produtos Issuuu. |
_ga | 2 anos | Este cookie do Google Analytics registra uma identificação única que é usada para gerar dados estatísticos sobre como o visitante usa o site. |
_gat | 1 dia | Usado pelo Google Analytics para limitar a taxa de solicitação. |
_gid | 1 dia | Usado pelo Google Analytics para distinguir usuários e gerar dados estatísticos sobre como o visitante usa o site. |
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
IDE | 1 ano 24 dias | Os cookies IDE Google DoubleClick são usados para armazenar informações sobre como o usuário utiliza o site para apresentá-los com anúncios relevantes e de acordo com o perfil do usuário. |
mc .quantserve.com | 1 ano 1 mês | Quantserve define o cookie mc para rastrear anonimamente o comportamento do usuário no site. |
test_cookie | 15 minutos | O test_cookie é definido pelo doubleclick.net e é usado para determinar se o navegador do usuário suporta cookies. |
VISITOR_INFO1_LIVE | 5 meses 27 dias | Um cookie colocado pelo YouTube para medir a largura de banda que determina se o usuário obtém a nova ou a antiga interface do player. |
YSC | sessão | O cookie YSC é colocado pelo Youtube e é utilizado para acompanhar as visualizações dos vídeos incorporados nas páginas do Youtube. |
yt-remote-connected-devices | permanente | O YouTube define este cookie para armazenar as preferências de vídeo do usuário usando o vídeo do YouTube incorporado. |
yt-remote-device-id | permanente | O YouTube define este cookie para armazenar as preferências de vídeo do usuário usando o vídeo do YouTube incorporado. |
yt.innertube::nextId | permanente | Este cookie, definido pelo YouTube, registra uma identificação única para armazenar dados sobre os vídeos do YouTube que o usuário viu. |
yt.innertube::requests | permanente | Este cookie, definido pelo YouTube, registra uma identificação única para armazenar dados sobre os vídeos do YouTube que o usuário viu. |
1 Comentário
Nao se ve mais policiais fazendo rondas, a prevencao ainda eh a melhor estrategia. Nao ha investimento na seguranca, os policiais estao, em sua maioria, em cargos burocraticos comissionados.A proprocao entre populacao e numero de policiais diminuiu,as leis nao sao mais cumpridas, para que existem leis, se nao ha policia para exigir que se cumpram? A populacao esta se armando mais, e justica comeca a ser feita com as proprias maos. Eh o inverso da civilizacao, do desenvolvimento. Os proprios policiais cometem infracoes, nao dao o exemplo,e, pior, se omitem e fazem pouco caso nas transgressoes das quais somos vitimas,minimizando-as.Quando chamamos, ha sempre algum evento mais importante para ser atendido.Mas ha policiais nos jogos de futebol do bairro.Que piada! Estamos abandonados no meio dessa briga de egos.