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Oficina prepara saída ecológica para esgotos no Sul da Ilha

aficina_esgoto A coleta, o tratamento por raízes e o reuso dos efluentes por comunidades é opção que contribui com os Ciclos do Meio Ambiente.

A opção do esgoto descentralizado, público, tratado por raízes e com reaproveitamento do lodo e da água foi apresentada pelo Grupo de Estudos em Saneamento Descentralizado, da UFSC. Este sistema se diferencia também por tratar o esgoto na origem. As estações são simples e podem ser executadas por estudantes de engenharia sanitária, além de gerarem trabalho para mão de obra local. “Enquanto as técnicas e tecnologias sofisticadas agradam aos tecnocratas, as tecnologias simples são as que agradam a nós”, resumiu o engº sanitarista César Pompêo.

Com base nestes princípios, a oficina tratou de desenrolar seis grandes mapas dos distritos do Campeche, do Pântano do Sul e do Ribeirão da Ilha, e em cada mapa, um grupo de moradores e estudantes de engenharia sanitária identificaram o curso das águas nas respectivas planícies. Isso para os sistemas a serem implantados dispensarem bombeamento, gerando economia de energia. O segundo passo da oficina foi identificar as concentrações populacionais para saber como devem ser as estações de tratamento por regiões. Foi um exercício onde o conhecimento popular se desenvolveu com a cooperação técnica dos futuros engenheiros. Uma parceria que democratiza a ciência para os populares e que traz experiência fundamental para um bom técnico: as coisas pensadas para o desenvolvimento humano.

Nos encaminhamentos, o projeto da CASAN de construir emissários de esgoto na praia do Campeche é repudiado.

“Nós estamos na situação de bola da vez, porque os emissários vêm pra cá! […] Este exercício não pode ficar em si, ele tem que levar a conseqüências” – exclamou Janice Pontes, titular do Núcleo Gestor do Campeche, que encaminhou a construção de uma Assembléia Popular para discutir os sistemas de tratamento a serem implantados no bairro. Uma vez que a CASAN já tubulou mais de 20 quilômetros de ruas para receber esgotos residenciais e de condomínios. Obra que deve tubular mais 50 quilômetros de esgotos na Tapera, Ribeirão, Pântano, Costeira, Carianos, Armação, Lagoa, Porto e Campeche, e que a companhia pretende lançá-los no mar do Campeche.
Também se encaminhou organizar uma oficina como esta no Norte da Ilha. Esta oficina, 12ª organizada pelo Núcleo Distrital do Campeche, teve a participação de 80 pessoas, e contou com o apoio de moradores, do Grupo de Estudos em Saneamento Descentralizado, estudantes de engenharia sanitária da UFSC, da Associação de Moradores do Campeche, do Núcleo do Pântano do Sul, S.O.S. Esgoto Sul da Ilha e Federação das Entidades Ecológicas Catarinenses.

(Por Rui Fernando da Silva, Núcleo Distrital do Campeche, 28/09/2009)

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