A implantação de indústria, em Anitápolis, provoca muita polêmica
A implantação de uma indústria de exploração de minério fosfatado e a criação de uma fábrica de fertilizantes em Anitápolis, na Grande Florianópolis, volta a ser discutida, hoje, às 16h, em audiência pública na Assembleia Legislativa. A reserva do mineral é a única do Sul do país e desperta o interesse de empresas desde 1976.
O projeto já foi discutido em três audiências públicas – duas em Anitápolis (em 2007 e em 2009) e outra em Lages (em 2007), cidade onde o fertilizante será armazenado. A discussão de hoje foi solicitada por entidades contrárias à implantação da indústria. Os protagonistas do debate, porém, estarão ausentes.
Nenhum representante da empreendedora do projeto estará presente. A Indústria de Fosfatados Catarinense, criada em parceria entre as multinacionais Yara Brasil Fertilizantes e Bunge Fertilizantes, informou que foi convocada a participar da audiência, no dia 7 deste mês, quando seus consultores ambientais já possuíam compromissos agendados para hoje. A empresa pediu para o debate ser adiado. A solicitação não foi atendida.
O prefeito de Anitápolis, Saulo Weiss (PMDB), está em Brasília participando da Marcha dos Prefeitos. Ele disse que a audiência foi marcada “em cima da hora” e sem que ele fosse consultado previamente.
– Era do meu interesse participar da audiência – afirmou.
Além dos empregos temporários, a indústria deve gerar 423 postos de trabalho direto após a instalação. Documento da Associação Montanha Viva, ONG responsável pela campanha “Não à fosfateira em Anitápolis”, afirma que a indústria contaminaria o solo, aumentaria a taxa de erosão e atingiria plantas e animais.
Para compensar o impacto, 30 programas ambientais estão previstos no projeto de instalação da empresa.
A origem e a cronologia
> O depósito de minério fosfatado é conhecido há quase um século. Os principais estudos começaram nos anos de 1960
> A partir de 1977, a Adubos Trevo investiu em pesquisa com a intenção de construir uma usina. Com a recessão do início dos anos de 1980, o projeto foi suspenso
> Novos estudos de engenharia tiveram início em 1986. No fim da década de 1980, a Indústria de Fosfatados Catarinense (IFC) foi criada para desenvolver o negócio. Mais de 60 famílias foram desapropriadas
> Em abril deste, a Fatma concedeu à IFC licença prévia. Uma licença de instalação ainda é necessária para que as obras de implantação e mineração sejam iniciadas
Fonte: Projeto Anitápolis e prefeitura de Anitápolis
(DC, 16/07/2009)
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