Da coluna de Moacir Pereira (DC, 12/06/2009)
O prefeito Dário Berger, o secretário Bita Pereira, a ex-prefeita Angela Amin, o ex-governador Esperidião Amin e o vereador Márcio de Souza estão viajando, neste fim de semana, para a Alemanha. Participarão todos, em Stuttgart, entre 14 e 16 de junho, do 3º Congresso Mundial sobre Mobilidade Urbana. Dário Berger é o único brasileiro convidado para falar como conferencista. O painel, intitulado Mobilidade Direito para todos?, será coordenado por um especialista alemão e terá, ainda, a presença de representantes da República de Camarões, de Xangai, na China, e da Dinamarca (detalhes na internet: www.cities-for-mobility.net/) O casal Amin esteve, no ano passado, neste evento, onde testemunhou projetos, experiências e estudos de cidades, em diferentes países, sobre o problema da mobilidade urbana, a partir do uso racional de sistemas alternativos de transportes coletivos.
Dário Berger pretende focalizar experiências que considera positivas introduzidas em Florianópolis durante a sua gestão. Citará, por exemplo, as ciclovias. E pretende sustentar que a Capital tem dois gargalos: a ligação entre a Ilha e o Continente, com a sua proposta para unir a Beira-Mar Norte com a Beira Mar Continental e a Beira-Mar de São José; e o Trevo da Seta, que impede o livre fluxo de veículos para o Sul da Ilha.
O prefeito esteve, na quarta-feira, em Jaraguá do Sul, onde iniciou uma série de seminários sobre gestão pública por resultados, evento que se repetirá em julho em diferentes municípios do Estado, cobrindo todas as regiões. Testemunhou, em Jaraguá do Sul, o drama da mobilidade. Levou uma hora para chegar ao centro da cidade, em função de um gigantesco congestionamento.
Parou
Naquele fim de tarde, em Florianópolis, o trânsito era um caos maior do que nos dias normais. O engarrafamento insular para os veículos que iam em direção ao Continente atravessou todo o aterro, o túnel e chegou até o Saco dos Limões. São Paulo, na mesma hora, constatava um recorde de 293 quilômetros de carros enfileirados.
Esperidião Amin vai ao seminário de Stuttgart interessado em saber o que o resto do mundo vem fazendo para neutralizar os efeitos da crise financeira e seus reflexos na mobilidade urbana. Lembra que a queda nos preços do barril de petróleo acabou reduzindo debates e pesquisas sobre alternativas energéticas. Este fenômeno tende a agravar o trânsito até nas médias e pequenas cidades, pela tendência de uso do carro particular, em detrimento do transporte coletivo.
No caso brasileiro, como de resto nos países europeus e nos Estados Unidos, os governos estão conferindo incentivos especiais que resultam em mais venda de veículos. A pretexto de preservar os empregos, são concedidas isenções tributárias à indústria automobilística, como no Brasil, que reduziu, por dois trimestres, o IPI. Na prática, os postos de trabalhos não são assegurados e o caos no trânsito se amplia em todas as cidades.
Amin recordou que na última crise do transporte coletivo em Florianópolis, o governador Luiz Henrique prometeu reduzir o ICMS para estabilizar o preço das passagens. Até hoje não houve qualquer ato do governo estadual.
E não se tem notícia de incentivo ao transporte coletivo do governo federal.
Por tudo isso, o caos tende a atingir até as pequenas cidades e a tornar inviável o trânsito nas médias e grandes concentrações urbanas.