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Nada se perde, tudo se recicla

Aparentemente, são obras normais de uma exposição. Ao se aproximar, um aviso explica que tudo utilizado ali foi reaproveitado. Um pedaço de cortina virou a tela e tintas que sobraram de uma construção civil coloriram os tecidos. Para pintar, pincéis já usados.

A exposição Lixo Cultural, que fica na Livraria Livros & Livros, em Florianópolis, até o dia 30, foi organizada pelo artístico plástico Marcos Adriano Pedro, 36 anos. Para fazer as criações apresentadas, ele garimpou materiais em lixões, terrenos baldios e construções.

– Eu sempre tive preocupação em reaproveitar o lixo. As pessoas não têm consciência ecológica e jogam fora muitas coisas que podem ser reutilizadas. Também percebo que, para muita gente, é mais cômodo jogar fora do que doar para alguém que precisa.

O artista já tinha realizado, há cerca de cinco anos, uma exposição chamada Lixo de Luxo, com o mesmo propósito. Desta vez, no entanto, ele resolveu vender os trabalhos.

– Eu pensei: “Imagina que interessante as pessoas comprando lixo?”.

Pedro conta que o lixo sempre exerceu um fascínio sobre ele, e que, quando era criança, acompanhava as mudanças da vizinhança para ver se não sobraria algo que pudesse reutilizar. Caminhando pelas ruas, o artista afirma que não pode ver um lixão ou um papa-entulho.

– Eu corro pra ver se não tem uma coisa que eu possa reaproveitar. Que bom que a minha casa é pequena, porque se eu tivesse mais espaço, enfiaria mais lixo – revela Pedro, que mora no Bairro Carianos, no Sul da Ilha.

Pedro observa que a maioria dos móveis e objetos de decoração da sua casa foi pega no lixo, como cadeiras, lareira, lustres e luminárias.

– Tenho duas cadeiras lindas, centenárias, que eu achei jogadas fora. Dei uma pintada e elas fazem o maior sucesso. Todo mundo que vai lá em casa quer comprar. Uma vez, num terreno no meio do mato, encontrei dois sofás e um pufe de couro cheios de lama. Peguei o carrinho de mão do vizinho e os trouxe para a minha casa.

Às vezes, o artista diz que nem sabe o que fazer com as coisas que acha na rua, mas que, de repente, a ideia surge, como aconteceu com uma luminária sua.

– Eu encontrei um monte de velas dentro de uma sacola e depois fiquei me perguntando o que faria com elas. Até que um dia derreti tudo, moldei, coloquei uma lâmpada e tinha uma luminária belíssima.

(Júlia Antunes Lourenço, DC, 23/06/2009)

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