Artigo escrito por Rui Gonçalves – Presidente da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (DC, 23/06/2009)
Florianópolis tem um dos principais polos tecnológicos do país. Tal cenário fez inúmeras vezes a mídia e autoridades citarem a Capital catarinense como a Ilha do Silício, em alusão ao Vale do Silício, no Estado americano da Califórnia. Tive a oportunidade de integrar no início do mês uma missão técnica brasileira aos Estados Unidos, que participou do Iasp World Conference on Science and Technology. Além do evento, o grupo visitou, entre outras instituições, o Research Triangle Park, a Stanford University, além de multinacionais do setor de TI como Google e Microsoft. Dá para comparar o desenvolvimento que encontramos na bela Ilha de Santa Catarina com o do Vale do Silício? Fica claro que temos muito a evoluir. Chega-se à conclusão de que não é somente a tecnologia o grande fator alavancador de empresas nos EUA, mas sim todo cenário de negócios e investimentos encontrado. A mentalidade de se criar empresas com potencial global desde a sua gestação faz a diferença. O ambiente propício para o capital de risco e um grande apoio dos governos municipais e estaduais contribuem. As empresas do Vale do Silício são responsáveis por toda uma cadeia de desenvolvimento da região, que vai muito além da tecnologia. Há diversos negócios em torno daquele ambiente, como o imobiliário e o próprio turismo tecnológico.
Situação semelhante pode viver Florianópolis se houver grandes investimentos para o crescimento do setor, alavancando outras economias como construção civil e turismo. É preciso cada vez mais fortalecer as universidades como celeiros de mão de obra qualificada e de ponta para o setor. Precisamos tornar a Ilha um centro de captação de recursos humanos de toda a América Latina. Por fim, para um polo tecnológico ser um case de sucesso, é preciso unir todos os agentes de desenvolvimento da região: governos municipais, estaduais e federal, centros de pesquisa e universidades e empresas.
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