Da coluna de Moacir Pereira (DC, 10/06/2009)
Discursando na assinatura do decreto de regulamentação da Lei Estadual de Inovação Tecnológica, o ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, destacou um fato singular que coloca Santa Catarina na vanguarda deste setor em todo o Brasil. Referia-se à integração entre os governos, as universidades, a Fundação Certi e o setor empresarial na realização de pesquisas de tecnologia de ponta, em diferentes especialidades. Esta convergência permitiu que os recursos destinados à pesquisa, ciência e tecnologia passassem de R$ 30 milhões, em 2003, para R$ 90 milhões em 2008.
– Santa Catarina deu o exemplo – sentenciou Sérgio Rezende, depois de mencionar a importância dos novos centros que começam a funcionar no Sapiens Parque, no Norte da Ilha.
O ministro veio a Florianópolis para autorizar a liberação de R$ 3 milhões destinados à implantação do Centro Nacional de Referência em Farmacologia. O laboratório, único do gênero no Brasil, funcionará dentro de um ano, com a participação de especialistas da universidade federal. A lista dos pesquisadores é liderada pelo professor João Calixto, cientista premiado e mundialmente conhecido, que há mais de 30 anos se dedica à pesquisa de fármacos na UFSC.
O laboratório fará testes químicos e biológicos sobre a eficácia dos remédios fabricados no Brasil. A partir dos exames pré-clínicos, a indústria farmacêutica nacional poderá produzir medicamentos a preços bem mais reduzidos para atender a população carente.
O Instituto de Petróleo, Energia e Gás, da Petrobras, também está sendo ali implantado. Serão desenvolvidas pesquisas sobre recursos minerais em águas profundas, aí incluídos estudos sobre a camada do pré-sal.
Com estas novas unidades, o Sapiens Parque vai se consolidando como o centro de alta tecnologia de Florianópolis, misto com empreendimentos de recreação e de caráter ecológico, que já operam naquela área preservada de Canasvieiras.
Calamidades
O governador Luiz Henrique entregou documento ao ministro de Ciência e Tecnologia propondo a criação de uma rede nacional de prevenção às catástrofes naturais. O estudo, realizado pela Fapesc, sugere a instituição de um fundo de financiamento para destinar recursos aos projetos que tratam da prevenção de catástrofes.
Na próxima segunda-feira, serão apresentados pelos pesquisadores da Fapesc os cinco primeiros projetos elaborados por especialistas sobre as ocorrências climáticas registradas em novembro no Vale do Itajaí. São todos trabalhos do grupo técnico-científico constituído logo após as enchentes de 2008. Mais de cem estudos foram feitos até agora.
Os primeiros indicativos sobre o Morro do Baú, segundo o professor Diomário Queiroz, revelam que os deslizamentos foram provocados por fenômenos sem parâmetros na história catarinense. Entre as causas estão a equivocada ação humana e o excesso de chuvas na região.
A Fapesc trata, neste momento, de aprimorar o sistema de prevenção. Vai digitalizar o radar de fabricação russa instalado em Lebon Régis.
Está viabilizando recursos federais para fixar um novo radar, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que já estuda três locais. Ao mesmo tempo, a Aeronáutica promove a modernização do radar que opera na região de Urubici.
Ações que, segundo a Fapesc, vão garantir um sistema inédito de prevenção de ocorrências climáticas em Santa Catarina.
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