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A crise da Segurança

Da coluna de Moacir Pereira (DC, 18/06/2009)

O governador Luiz Henrique conseguiu abortar, no início da semana, o foco de incêndio que ameaçava atingir o coração da hierarquia na Polícia Militar, ao suspender o envio imediato à Assembleia Legislativa do Plano de Cargos e Salários da Polícia Civil. Atendeu a pedido dos coronéis, mas acabou provocando forte reação na Polícia Civil, cujos integrantes declaram-se revoltados com o recuo governamental e indignados com a reação dos oficiais militares, considerada despropositada.

A rede de informações da Secretaria de Segurança Pública que funciona na internet ficou congestionada nos últimos dois dias, com as mensagens trocadas por policiais civis, todos com críticas pesadas aos coronéis e ao governador.

O episódio acabou por acirrar ainda mais os ânimos entre a Polícia Civil e a Polícia Militar. A integração entre as duas corporações nunca existiu de fato em Santa Catarina, mas o distanciamento se agravou há dois anos, depois que os policiais militares passaram a elaborar termos circunstanciados, função judiciária atribuída até então à Polícia Civil. Veio depois ato do governador, condenado pelos policiais civis, regulamentando aspectos do Código de Processo Penal e oficializando os termos circunstanciados pela Polícia Militar. Os conflitos foram se repetindo em várias regiões. E se radicalizaram com embates esta semana.

O mais grave confronto entre policiais militares e civis, que por pouco não termina em tragédia, ocorreu na terça-feira, em Lages, às 19h30min. Provocou urgente viagem à Serra do comandante Eliésio Rodrigues e do delegado-geral de Polícia, Mauricio Eskudlark.

A missão era delicada pela dimensão que vem tomando a crise instaurada na Secretaria de Segurança Pública.

O fato. Policiais civis interceptaram um Fiat Palio, placas MDW-1394, por ações suspeitas. Era ocupado por dois policiais militares, à paisana, que se identificaram como P-2, do serviço secreto. Constataram que a placa era fria e que o carro não tinha documentação. Exigiram a apreensão do veículo, removido por guincho à Central de Polícia. Surgiu, então, um pelotão com o tenente Diego Marzo Costa. Militares armados reforçaram a operação destinada a impedir a apreensão do veículo. Uma grande confusão se estabeleceu, com os militares de fuzis, fazendo ameaças aos civis, também armados. Impediram “na marra” que a viatura fosse apreendida.

Segundo o delegado José Carlos Talon, que registrou boletim de ocorrência, só não houve uma tragédia pela inferioridade dos civis. O tenente Marzo relatou ao comando da Polícia Militar que o carro é do serviço de inteligência e seus ocupantes tentavam evitar extorsão de um empresário. Diz ter a documentação do veículo apreendido. E assinalou que a ação dele e do delegado impediu o pior.

Nos dois documentos, há vários relatos conflitantes. E um registro comum: “Os policiais civis e militares mantiveram as armas apontadas uns para os outros”.

O confronto lageano reflete o clima que se criou no Estado entre as duas polícias. Revela, também, a gravidade da situação e o conflito de competências. Na origem desta nova guerra política, as eleições de 2010.

O secretário Ronaldo Benedet é candidato à Câmara Federal. Quer os votos da Polícia Civil. Deu força ao Plano de Cargos e Salários, por ser a única corporação sem carreira no Estado.

Pode ter faltado, contudo, habilidade política, ao não tratar, de forma conjunta, dos salários das duas polícias.

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