Da coluna de Moacir Pereira (DC, 19/05/2009)
Encerrada a reunião do Conselho Mundial de Turismo é fundamental, agora, que governo estadual, prefeitura, Embratur e demais apoiadores façam uma criteriosa avaliação sobre as conquistas. Mas, também, sobre as falhas detectadas, para a correção de rumos.
O primeiro lapso foi antecipado pela coluna há mais de um mês: o não envolvimento efetivo do trade turístico, das lideranças empresariais e dos formadores de opinião. A associação comercial, por exemplo, deu todo o apoio. Pediu uma credencial. Não obteve. Alegaram que as vagas estavam fechadas. Pela importância, o WTTC deveria ter sido alvo de outdoors na cidade, primeiro, para informar a comunidade, e, depois, para dar boas-vindas aos participantes. Tem sido prática comum, aqui mesmo no Brasil, em todos os congressos da Abav.
A segunda falha foi o caráter fechado da reunião. Era um evento restrito aos membros do WTTC, todos estão cansados de saber. Mas, pelo nível dos debates, pela troca de ricas experiências e pelas avaliações econômicas e sociais feitas por especialistas de todo o mundo, por que não abrir para a comunidade acadêmica, para os empresários do setor? Como? Já que espaço físico era restrito e limitado aos membros do conselho, que fossem colocados telões dentro do Costão do Santinho, credenciando, sem ônus, professores de turismo, de economia, secretários municipais e líderes das entidades de trabalhadores em empreendimentos turísticos. Ou, ainda, que se garantisse a transmissão dos debates pela TV Assembleia, TVCOM ou internet. O efeito multiplicador seria inimaginável.
Empregos
O encontro era do WTTC, e a sua direção é que definiu critérios em relação aos serviços contratados, alega o governo. Resultado: a empresa Tudo, do publicitário Nizan Guanaes, foi a escolhida para fazer a organização, e trouxe muita gente de São Paulo. Santa Catarina tem várias empresas de eventos com todas as condições para assumir esse encargo.
Como o governo entrou com boa parcela do patrocínio, tinha – e deve ter em futuros eventos – a obrigação de impor que tudo fosse contratado na região e no Estado. Dá emprego para os trabalhadores, dinamiza a economia e eleva até as receitas públicas. Aliás, a empresária Lica Paludo comprovou, outra vez, pelos depoimentos dos estrangeiros, que tem competência para mostrar os talentos da Ilha em qualquer país do mundo.
Motoristas contratados de Porto Alegre? Errado. Temos, na Capital e em outras cidades, profissionais à altura para cumprir a missão.
As instalações do Costão do Santinho foram elogiadas por todas as delegações. Serviços, apartamentos, atendimento e, sobretudo, o magnífico visual das praias que o cercam. Mas a gastronomia deixou a desejar. Por quê? O cardápio foi imposto e trazido por uma empresa de Curitiba. Outro equívoco a ser eliminado.
A sessão solene de abertura teve pelo menos duas imperfeições. O Hino Nacional foi ignorado. Se tocam dois hinos até na Fórmula-1, como desprezar um dos símbolos da pátria? E a parte artística ficou incompleta. A Escola Bolshoi ofereceu um espetáculo emocionante, sem dúvida. Mas os estrangeiros foram embora sem conhecer as manifestações culturais de Floripa. Por que não desdobrar?
Boi-de-mamão, um dos traços folclóricos marcantes dos açorianos, e o Bolshoi, a revelar o clássico na bela exibição do Príncipe Igor.
A cultura regional, que o próprio WTTC enfatizou em todos os painéis.
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