Tráfego extra gerado por grandes obras públicas e possível volta do pedágio podem engessar a rodovia
O Norte da Ilha é uma das regiões onde a urbanização é mais acelerada em Florianópolis. O problema é que ela trouxe pontos negativos, como os já comuns congestionamentos. Agora, a apreensão é ainda maior com a confirmação da construção de duas grandes obras públicas na região: a Arena Multiuso, no trevo de Canasvieiras, e duas torres do novo centro administrativo do governo do Estado, no Saco Grande. Isso sem contar o Teatro Pedro Ivo, também localizado às margens da SC-401, já em funcionamento. A dúvida é se o sistema viário será capaz de absorver o fluxo extra de veículos gerado por esses empreendimentos sem causar mais transtornos ao trânsito.
Segundo dados do Deinfra (Departamento Estadual de Infra-Estrutura), em 1995 o tráfego na SC-401 era de 7 mil veículos/dia. Hoje, ele mais que quadruplicou: é em média 30 mil/32 mil veículos/dia. “O trânsito nessa rodovia é complicado. O sistema viário do Norte está bastante comprometido”, afirma o engenheiro civil Cléo Reis Quaresma, superintendente regional de obras e operações rodoviárias do Deinfra, antigo DER. Ele foi fiscal do DER durante a obra de duplicação da SC-401 e acompanha a rodovia há muitos anos.
Quaresma afirma que o sistema viário de toda a Ilha está saturado, mas que é possível construí-las no Norte, desde que exista planejamento. “Tudo é uma questão é planejamento. Com planejamento e estudos de localização e impactos ainda é possível construir grandes obras. Estamos sofrendo pela falta de planejamento do passado e nossos filhos irão sofrer no futuro pela falta de planejamento do presente”, explica o engenheiro.
É preciso dotar os projetos de soluções viárias que absorvam o fluxo de veículos gerado pelos empreendimentos sem comprometer o sistema local, como exigido de empreendimentos privados, como os shoppings. No caso da Arena Multiuso, Quaresma afirma que é preciso duplicar o trecho até Ponta das Canas e construir um viaduto para escoar os veículos que se deslocam até o local sem trancar o trânsito na via.
Já no caso do novo centro administrativo, onde irão trabalhar quase 5 mil servidores, Quaresma afirma que talvez a construção da marginal, dando continuidade ao trecho já construído nas imediações do Floripa Shopping, possa absorver o tráfego extra. Ele sugere ainda um estudo da via que passa atrás do Centro Administrativo, verificando a possibilidade da inversão do sentido ou mesmo o alargamento de alguns pontos afim de dotá-la de um fluxo mais rápido.
Pedágio e finalização da duplicação
O vereador João Amin (PP) votou contra o projeto de lei que autoriza a mudança de gabarito da região do Saco Grande e que permite a construção das torres do novo centro administrativo do governo. “Espero que agora que o projeto foi aprovado, sejam feitos os estudos de impacto ambiental e de vizinhança e todos os demais complementares de maneira técnica e idônea para que os efeitos possam ser minimizados, pois o trânsito na região é caótico e o esgoto é um dos piores da cidade”, afirma.
Diante da afirmação do governador Luiz Henrique da Silveira, feita recentemente na Rádio Guarujá, de que não existe outra alternativa para resolver a duplicação do trecho inacabado da SC-401 entre Ingleses e Canasvieiras (7 km) sem a ativação do pedágio, João é enfático: “Só seria a favor do pedágio se moradores do Norte da Ilha fossem isentados do pagamento”, assegura. A lei 10.934/98, de autoria da senadora Ideli Salvatti (PT), quando era deputada estadual, assegura o direito ao não pagamento da taxa pelos moradores da região caso o pedágio vier a ser implantado.
Um projeto do vereador Márcio de Souza (PT) que tramita na Câmara desde 2003 é mais restritivo, indo além do impasse da SC-401 e “Proíbe a cobrança de pedágio em vias públicas no município de Florianópolis”.
Ideli Salvatti liderou o movimento contra o pedágio no local e discorda da declaração do governador. “Foi justamente para buscar uma solução para a continuidade das obras que apresentei no final do ano passado uma emenda de R$ 12 milhões, junto ao Ministério do Turismo, durante o processo de elaboração do orçamento da União para 2009, que propicia boa parte dos recursos necessários”, garante.
(Andréa Fischer, Imagem da Ilha, 16/04/2009)
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1 Comentário
Sou Sérgio tenho 12 anos e curso a 6a. série do Ensino Fundamental. Moro atualemnte em Pomerode. Morei em Florianópolis por um tempo e sou a favor do pedágio na SC 401: primeiramente pela rodovia não conter acostamento no trecho: Saco Grande e Itacorubi e tem trechos que a sinalização precisa melhorar, o recapeamento da via do Itacorubi até Canasvieiras, construir mais 2 pistas reservas para o pedágio (caso as filas fiquem muito grandes ), duplicar o trecho de Jurerê até Canasvieiras, e com o aproveitamento do dinheiro do pedágio, pagar a dívida com a empresa ENGEPASA, responsável pela duplicação da via até Jurerê.