Encontrar o sino ou os canhões de sinalização, que trazem o nome da embarcação marcado nas peças, é o objetivo imediato dos mergulhadores que descobriram vestígios de um navio do século 16 afundado próximo à Praia de Naufragados, no Sul da Ilha. Os objetos procurados poderão comprovar a suspeita de que a embarcação pertenceu a um dos mais famosos navegadores europeus que passaram por Santa Catarina: Sebastião Caboto.
O saldo de cinco anos de pesquisa dos mergulhadores do Projeto Resgate Barra Sul ficou mais positivo recentemente. Em março, eles encontraram duas âncoras, um canhão e, o mais importante, um lastro de pedra. Este último é considerado forte indício de que ali, naquela área, está mesmo naufragado um navio.
De acordo com o supervisor de mergulho do grupo empenhado na descoberta do museu arqueológico subaquático, Ney Mund Filho, o amontoado de pedras denominado lastro é uma forma que os navegadores encontravam para garantir estabilidade às embarcações da época.
A certeza de que os pertences achados são de um navio do século 16 é evidenciada, também, pela proporção das âncoras (detalhe), bem maiores do que o convencional. Enquanto um barco de 30 metros tinha uma âncora de quatro metros e uma tonelada, hoje, um com o mesmo tamanho possui uma âncora de meio metro, pesando 50 quilos.
– Suspeitamos que a embarcação seja a nau Santa Maria de La Concepcion, de Sebastião Caboto, quando passou por aqui, em 1526. Se for, não há tesouro, porque, segundo registros feitos pelos tripulantes à Marinha, o barco teria levado três dias para afundar – comenta Ney, descartando qualquer possibilidade de encontrar metais preciosos deixados pelos náufragos.
No caso, todos sobreviveram, mas o local é tão perigoso que passou a ser conhecido como cemitério de navios. Não é à toa que, cerca de 10 anos antes, na mesma área, teria afundado uma das caravelas da expedição de outro aventureiro dos livros de história, o navegador Juan Díaz de Solís. Além da forte correnteza no mar da região e dos bancos de areia que se formam, as ondas podem chegar a cinco metros no local.
Para quem se perguntar o que Sebastião Caboto fazia em mares catarinenses, Ney esclarece que os livros contam que a expedição estava a caminho das Ilhas Molucas, no Oceano Pacífico, para resgatar a tripulação de outra nau. O mergulhador, no entanto, aposta que o naufrágio foi proposital, com a intenção de abortar a missão para poderem ir em busca de riquezas no Rio da Prata, descoberto por Solís.
A pesquisa, na Praia de Naufragados, teve início depois que um mergulhador, hoje integrante do Projeto Resgate Barra Sul, descobriu uma âncora com características das usadas em galeões espanhóis do século 16. Esse primeiro indício, de que há um navio afundado por ali, foi encontrado em 2005. Por causa da forte correnteza, da água turva e do depósito de materiais, como redes, no fundo do mar, os mergulhadores levaram quatro anos para achar outras duas âncoras, o canhão e o lastro.
Nas últimas descobertas, a equipe recorreu a um sonar de varredura, capaz de sinalizar quando há algo submerso. Depois, fazendo mergulhos de prospecção com detectores de metal, finalmente puderam avançar na pesquisa.
– Caso a nau seja encontrada, a intenção é deixar no fundo do mar, já que mantê-lo fora sairia muito caro. No futuro, quem sabe dará para fazer um museu subaquático – vislumbra Ney.
Quem foi Sebastião Caboto
A expedição de Sebastião Caboto, italiano a serviço da Espanha, chegou ao Litoral Catarinense por volta de 1526 e, ao publicar seus mapas referentes à expedição, denominou a Ilha de Santa Catarina de Porto dos Patos. Mas o nome Santa Catarina, no caso dado à Ilha, aparece, pela primeira vez, no mapa-múndi de Diego Ribeiro, de 1529.
Há divergências quanto ao responsável pela denominação do Estado. Alguns autores dizem que foi Sebastião Caboto, em homenagem à mulher, Catarina de Medrano. Outros defendem a ideia do nome ter sido uma referência a Santa Catarina de Alexandria, festejada pela Igreja no dia 25 de novembro.
(Mariana Ortiga, DC, 10/04/2009)
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