Reunião técnica deve colocar fim ao impasse envolvendo altura e uso de defensas metálicas
Representantes da Secretaria de Urbanismo e Serviços Públicos (Susp) e do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) vão se reunir na próxima semana numa reunião técnica para decidir sobre a instalação de novos guard-rails nas pontes Colombo Salles e Pedro Ivo Campos, em Florianópolis, que ligam a Ilha ao Continente.
A obra foi embargada em 17 de fevereiro, depois que a Justiça entendeu que os equipamentos iriam interferir na visibilidade da Ponte Hercílio Luz, um dos símbolos do Estado.
A posição é defendida pelo secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento da cidade, José Carlos Rauen. Segundo ele, a obra desrespeita o Estatuto da cidade e uma lei municipal de 2004, que prevê a preservação paisagística e urbanística da cidade.
— Queremos que a segurança seja mantida, mas sem perder o visual — reclama Rauen.
A nova estrutura metálica, em fase de instalação pelo Deinfra na Colombo Salles, tem 1,42 metro de altura — contra os 90 centímetros do guard-rail instalado há 35 anos.
De acordo com um levantamento feito pela Susp, desde a inauguração da ponte, quatro acidentes resultaram em quedas de veículos no mar.
A prefeitura sugere a implantação de defensas de concreto com até 90 centímetros de altura. Conforme Átila Rocha dos Santos, diretor do Instituto de Planejamento Urbano da Capital (Ipuf), o uso de guard-rails metálicos foi abandonado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit) e Deinfra há mais de 20 anos.
— As defensas de concreto não têm o inconveniente, por exemplo, como no caso de acidente envolvendo motociclistas, que estes venham a ter os membros periféricos decepados. (…) Ela pode ser até metalica, mas que respeite a altura padrão de 90 centímetros para não obstruir a visão — argumenta o diretor.
Defesas especiais
As defensas que estavam sendo instaladas nas pontes foram fabricadas especialmente para serem colocadas no local. Segundo o Deinfra, a construção de uma mureta de proteção de concreto precisaria ser estudada, pois o peso poderia abalar a estrutura da ponte.
Conforme o engenheiro Valmir Antunes da Silva, do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), os 90 centímetros de altura do guard-rail não são suficientes para proteger os motoristas e passageiros que circulam sobre a ponte no caso de acidentes frontais com a estrutura.
Apesar de a ponte ser do governo do Estado, ela está localizada na Capital e, por isso, a obra precisa ser aprovada pela prefeitura municipal. Pelos projetos do Deinfra, estruturas de segurança também seriam colocadas na Ponte Pedro Ivo Campos.
(DC, 18/04/2009)
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