Pressionada com a falta de água a cada temporada de verão no Litoral do Estado e no Oeste quando há períodos de estiagem, a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) pretende continuar a campanha de aproveitamento de água.
Antes do verão, a estatal estimulou o aumento dos reservatórios de água pelos consumidores a fim de diminuir o número de reclamações de desabastecimento, comuns principalmente em Florianópolis, nos balneários do Norte da Ilha.
O presidente em exercício da Casan, Adelor Vieira, disse que os resultados da mobilização foram positivos e que as queixas diminuíram no último verão.
Além da campanha, a Casan está incentivando o uso de registros individuais nos condomínios. Assim, cada condômino passa a pagar apenas por aquilo que gastar, e não coletivamente, o que também deve representar ao consumidor economia na tarifa.
Regata vai marcar a data na Lagoa da Conceição
O presidente afirmou ainda que a empresa incentiva o poder público a desenvolver projetos de reaproveitamento de água.
Em Santa Catarina, o decreto estadual 99, de 1º de março de 2007, obriga todas as obras públicas e as privadas, financiadas ou incentivadas pelo governo do Estado, a implantar o sistema de captação e retenção de águas pluviais.
Neste domingo, uma série de atividades e eventos deve marcar o Dia Mundial da Água no Estado.
Na Lagoa da Conceição, no Leste da Ilha, na Capital, haverá regata ecológica. Os 50 barcos participantes levarão mensagens de como economizar água.
Os organizadores farão também menções ao futebol e pedirão a construção de estádios ecológicos para as obras que farão parte da Copa do Mundo de 2014, no Brasil.
Quatro escolas da Capital utilizam a água da chuva
Líquido é usado para limpar as calçadas, para dar descarga no banheiro e em torneiras do jardim
No Dia Mundial da Água, neste domingo, quatro escolas da rede municipal de Florianópolis podem comemorar. Desperdício é uma palavra que não existe para alunos e professores dessas unidades, que desde o ano passado convivem com um sistema que representa economia e consciência ambiental por reaproveitar a água da chuva.
No Núcleo de Educação Infantil (NEI) do Bairro Ingleses, no Norte da Ilha, onde estudam 405 crianças com até seis anos, a água da chuva é usada na limpeza das calçadas, nos 33 vasos sanitários e em seis torneiras do jardim, que só abrem com uma chave especial.
O sistema capta a água por meio de calhas, indo para uma cisterna de 33 mil litros. Depois, o líquido passa por filtragem de folhas e resíduos sólidos e vai para um reservatório.
A água da chuva serve para praticamente tudo na escola, menos para o consumo humano.
A tubulação foi pintada de verde para diferenciar dos canos da água potável.
Entusiasmada com o projeto que iniciou em julho do ano passado, a diretora, Anita Erdmann dos Santos, acredita que tão importante quanto a economia na conta é a educação aos alunos.
– Estamos incentivando algo pequeno, mas que no futuro fará a diferença na vida de cada um deles – diz Anita, garantindo que os professores abordam o assunto na rotina de aprendizagem das crianças.
Ecomomia por mês chega a R$ 500
O sistema da escola de Ingleses custou R$ 38 mil à prefeitura. Mas a economia por mês passou a ser de R$ 500.
– Mais do que a economia que estamos tendo, a ideia é aplicar o espírito de sustentabilidade e preservação dos recursos hídricos – assegura o diretor do Departamento de Infraestrutura da Secretaria Municipal da Educação, Mauricio Amorim Efe.
A iniciativa também existe no Núcleo de Educação do Bairro Armação; na Escola Básica Brigadeiro Eduardo Gomes, no Bairro Campeche; e na Escola Básica João Gonçalves Pinheiro, no Bairro Rio Tavares.
A secretaria prometeu ampliar a ação construindo o mesmo sistema na Creche Rio Vermelho e na nova Escola Básica de Ingleses, em construção no Norte da Ilha.
Além da água da chuva, os responsáveis pelo projeto estudam algo semelhante com o aproveitamento da energia solar em escolas municipais da Capital. Com isso, seria possível, por exemplo, esquentar a água do chuveiro.
(Diogo Vargas, DC, 22/03/2009)