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Água reutilizada está cada vez mais barata para a indústria

Tema será discutido nesta sexta-feira (dia 20) em workshop no SENAI de Blumenau

O preço do metro cúbico da água utilizada por uma indústria pode cair de R$ 8,75 para R$ 2, segundo o professor titular do Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Ivanildo Hespanhol, com base em valores praticados na Região Metropolitana de São Paulo. O pesquisador participa do 3º Workshop de Qualidade de Ensaios para Monitoramento Ambiental, que o

SENAI promove em Blumenau nesta sexta-feira (dia 20).

O custo da água na capital paulista é mais elevado, pois as indústrias adquirem água da Companhia de Saneamento Básico do Estado de SP (Sabesp). No entanto, mesmo em outras regiões, a água está ficando cada vez mais cara, o que faz compensar os investimentos no tratamento para reutilização.

Hespanhol observa que o Brasil carece de um arcabouço legal para a reutilização da água. Ele entende que é necessário regulamentar o reuso de água nos setores agrícola, industrial, para aqüicultura, usos urbanos não potáveis, recarga gerenciada de aqüíferos, entre outros. O pesquisador cita como exemplo o reuso da água na agricultura, pois esgotos domésticos adequadamente tratados não levam apenas água, mas aportam, também, nutrientes, como nitrogênio, fósforo e potássio, micronutrientes e matéria orgânica, que aumentam a capacidade do solo em reter água. No Brasil, a agricultura utiliza cerca de 70% de toda a água doce disponível, enquanto esse percentual mundial é de 80%. A tendência brasileira é de aumentar rapidamente as áreas irrigadas, principalmente por razões econômicas e de produtividade agrícola. Segundo Hespanhol, o Brasil possui hoje, aproximadamente 55 milhões de hectares utilizados pela agricultura, dos quais apenas 5% são irri gados. Mas esses 5% são responsáveis por 14% da produção nacional de alimentos.

O docente da USP lembra que a Grande São Paulo consome 70 metros cúbicos de água por segundo, dos quais apenas 25m³/s são usados para fins potáveis e os outros 45m³/s são destinados a para descarga sanitária, irrigação de áreas verdes e quadras esportivas, lavagem de ruas e veículos, construção civil, indústria, reserva de incêndio, entre muitos outros que não requerem água potável.

Ivanildo Hespanhol constata ainda que processos de dessanilização de água estão ficando cada vez mais eficientes e baratos, tornando-se uma alternativa à captação de água em mananciais de água doce.
O 3º Workshop de Qualidade de Ensaios para Monitoramento Ambiental será realizado na unidade do SENAI em Blumenau (rua São Paul0, 1.147, bairro Victor Konder) a partir das 8 horas. A palestra de abertura, às 9 horas, será sobre a importância para a indústria de serviços laboratoriais acreditados pelo Inmetro. Às 10h30min, Hespanhol falará sobre conservação e reuso de água. Das 13h30min às 17 horas, serão realizados dois minicursos, sobre Microbiologia Ambiental e Gestão, Controle e Tratamento de Poluentes Atmosféricos

(Senai, Adjori/SC. 20/03/2009)

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