E a despesa só cresce!
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Há um consenso no setor de turismo acerca da crise econômica mundial: embora uma retração no setor seja inevitável nos próximos meses, é preciso planejar e ousar na adoção de medidas que visem sua recuperação. Parte-se do pressuposto de que as pessoas em geral, assim que se sentem um pouco aliviadas pela constatação de que estão superando os problemas mais agudos, como a manutenção do emprego e a readequação dos seus orçamentos a uma nova realidade, procuram ganhar fôlego e energia para enfrentar novos desafios concedendo a si próprias e a seus familiares um período de repouso e lazer, ou seja, premiam-se com férias e viagens, mesmo que por poucos dias e para locais não muito distantes de casa. E é verdade, como aliás se pode verificar pela análise de outros períodos em que a economia sofreu revezes ou mesmo entrou em recessão, aqui e no exterior. Neste sentido, não poderia ser mais bem escolhido o tema que norteará os debates que ocorrerão durante o próximo congresso do Conselho Mundial de Viagem e Turismo (WTTC, na sigla em inglês), a ser realizado em Florianópolis em meados de maio. Na semana passada, em Lisboa, o WTTC informou que o tema será Parcerias reais energizando economias, uma aposta no soerguimento do turismo pela via da união de esforços de poderes públicos de diversas instâncias e a iniciativa privada.

De fato, embora se projete uma retração da atividade turística mundial de até 3,5% para este ano, os maiores representantes do setor acreditam que a qualificação dos serviços, a diversificação de destinos, o aprimoramento da infraestrutura das regiões com potencial turístico e campanhas publicitárias bem planejadas e bem divulgadas constituirão o estímulo necessário para fazer com que as pessoas assumam um posicionamento otimista e invistam no lazer. A indústria turística, não custa lembrar, há muitos anos destaca-se como o setor da economia que mais cresce no globo, exatamente pelo desejo comum a quase todos de conhecer novos locais, culturas e povos. Um desejo, enfim, que não sucumbe a crises.

Florianópolis e Santa Catarina têm este ano uma oportunidade ímpar para se inserirem em caráter permanente entre os mais importantes destinos turísticos internacionais. Poderes públicos e iniciativa privada devem, portanto, enfrentar com determinação e sem mais adiamentos os maiores óbices que nos separam do turismo de alto nível: aprimoramento da infraestrutura, com ênfase ao saneamento básico e ao sistema viário, qualificação profissional e diversificação das opções culturais, de lazer e entretenimento.

(DC, 27/01/2009)

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