Como deve ser a metrópole do amanhã, segundo os projetos ousados, bem- humorados e – alguns deles – utópicos do arquiteto mais provocador da América
Nós queremos um carro adaptado a uma cidade. E não o contrário, diz o arquiteto e designer americano Mitchell Joachim, 36 anos. Professor da Universidade Colúmbia, de Nova York, ele afirma que as cidades têm de ser feitas para pessoas, e não para carros, como ocorre hoje. Daí seus projetos conceituais e futurísticos. De bola cheia, este ano Joachim foi escolhido pelas revistas Wired e Time como um dos americanos com idéias mais inovadoras. Conheça aqui uma amostra.
1. Áreas públicas
Lagos artificiais e parques têm objetivos estéticos e funcionais na cidade do futuro. As grandes áreas verdes entre prédios são utilizadas também para plantio. Lagos são criados para resfriamento da cidade, tratamento de água e de dejetos. O maquinário é movido por turbinas, como uma hidrelétrica, ou por energia eólica.
2. Malhação social
A energia gasta por uma pessoa para ficar em forma hoje é desperdiçada. No futuro, o movimento dos exercícios carrega baterias de toda a academia, que tem também função social: é uma balsa para travessia de rios e lagos e auxilia na despoluição das águas por meio de dispositivos de tratamento. E tudo apenas suando a camisa.
3. Balão-bumba
Para evitar o trânsito e ainda proporcionar uma experiência turística agradável, o ideal é se locomover pelo topo dos edifícios. Misto de balão e teleférico, ônibus-dirigíveis interligam os pontos altos da cidade. Seus motores são alimentados por energia solar, já que toda a área superior dos balões é coberta por células de captação.
4. Casa de Tarzan
Derrubar e industrializar árvores para construir casas de madeira produz muito carbono. É mais fácil e ecológico plantar uma árvore e morar nela. A técnica milenar de direcionar o tronco da planta durante seu crescimento permite, com nova tecnologia, criar a estrutura. Materiais reciclados e argila compõem o resto da casa.
5. Arranha-sóis
Viver a um elevador de distância do trabalho polui menos. A solução é construir edifícios mistos: comerciais, residenciais e de escritórios. Os prédios são auto-suficientes, com energia solar (placas de absorção nas janelas) e eólica (hélices entre as torres). Os edifícios são interligados para facilitar a circulação de pessoas.
6. Carrinho de supermercado
Os carros são compartilhados e movidos a combustíveis não poluentes. Feitos de materiais macios, são menos perigosos em caso de acidente. Inteligentes, eles interagem com outros veículos e com a cidade – evitando tráfego e encontrando vaga para parar. Compactos, poderão ser estacionados como carrinhos de supermercado.
(Douglas Portari, Planeta Sustentável, 15/01/2009)
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