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Propaganda, a alma da recuperação

Um recente inimigo do trade catarinense promete, agora, ser um dos responsáveis por alavancar o turismo no Estado neste momento pós-tragédia: o câmbio. O dólar alto incentiva a vinda de estrangeiros ao mesmo tempo em que torna mais atrativa a viagem dentro do país. Aliado a isso, iniciativa privada e governo têm feito uma divulgação maciça para mostrar que o Estado está preparado para receber os turistas.

O otimismo é tão grande que donos de hotéis não só projetam uma temporada muito boa, como arriscam dizer que o crescimento frente ao ano passado será de 10%.

Mas para chegar a esse percentual, muito trabalho vem sendo realizado por empresários ligados ao setor e pelo governo. Visitas aos principais emissores de turistas para Santa Catarina, como São Paulo e Rio Grande do Sul, no Brasil, e Buenos Aires, na Argentina, foram feitas para esclarecer aos visitantes que o Estado está apto a recebê-los e que os piores problemas aconteceram em locais fora do principal eixo turístico de SC.

Numa dessas ocasiões, em São Paulo, na última semana, o secretário de Estado de Turismo, Cultura e Esporte, Gilmar Knaesel, chegou a afirmar que o turismo será importante para a auto-estima dos catarinenses depois de tanta tragédia.

– Ele será responsável pela retomada da economia já nos próximos meses – disse Knaesel.

Para o vice-governador, Leonel Pavan, a vinda de turistas nesta temporada também representa um ato de solidariedade para com o povo catarinense, porque mantém os empregos atuais e gera novos postos de trabalho no Estado.

Hotéis trabalham para evitar cancelamentos

A regional catarinense da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) trabalha com uma expectativa de 10 mil novas vagas de emprego em todo o Litoral catarinense.

– A entidade recomenda aos estabelecimentos que estejam preparados para um aumento de até 10% no volume de negócios nesta temporada – salienta o presidente da Abrasel no Estado, Ézio Librizzi.

Para os hotéis, o momento também é de expectativa positiva. Embora trabalhe com uma estimativa cinco pontos percentuais abaixo do que havia projetado antes das chuvas, que era de 15%, o braço catarinense da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH/SC) avalia que o crescimento frente à temporada passada deve ficar em 10%.

– Os turistas estão mais cautelosas, mas estamos trabalhando para reverter isso – pondera o presidente da ABIH em Santa Catarina, Wilson Luiz de Macedo.

O presidente da Federação de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares do Estado de Santa Catarina, Estanislau Bresolin, é um pouco mais otimista. Ele calcula uma ocupação superior a 75% para o Ano-Novo.

Parte desse percentual deve-se ao dólar mais alto, que além de estimular a vinda de estrangeiros, incentiva as viagens domésticas, avalia o presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes de Florianópolis, Tarcísio Schimitt. Ele prevê um crescimento de 8% na ocupação de leitos em relação à temporada passada.

Em Balneário Camboriú, a previsão também é positiva.

– Logo após as chuvas, houve uma série de cancelamentos, mas agora os clientes têm reativado suas reservas – disse a presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes da cidade, Karina Peters.

Segundo os cálculos da entidade, a ocupação dos estabelecimentos deve ficar próxima aos 100% no período do Ano-Novo.

(Graziele Dal-bó, DC, 15/12/2008)

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