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UFSC tem duas teses premiadas em concurso de construção sustentável

Menção honrosa para trabalho sobre ocupação e luz natural

A UFSC foi premiada na primeira edição do Prêmio Excelência em Construção Sustentável Holcim Antac, direcionado a teses e dissertações sobre estudos que priorizam ações que diminuam o impacto ambiental, social e econômico da construção civil. Organizado pela empresa Holcim Brasil (uma das líderes no fornecimento de cimento, concreto e agregados no País) e Associação Nacional Tecnologia do Ambiente Construído (Antac) o concurso premiou seis trabalhos nas categorias doutorado e mestrado. O primeiro lugar da categoria doutorado e a primeira das duas menções honrosas da mesma categoria foram direcionados a trabalhos desenvolvidos na UFSC.

A tese de Joyce Correna Carlo, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, recebeu o primeiro lugar. Chamado ´Desenvolvimento de Metodologia de Avaliação da Eficiência Energética do Envoltório de Edificações Não-residenciais`, o estudo estabeleceu métodos inéditos no Brasil. Até então eram utilizadas metodologias propostas em leis estrangeiras.

Joyce faz parte do Grupo Técnico para Eficientização de Energia nas Edificações no País, formado por pesquisadores e técnicos do Ministério de Minas e Energia e outros órgãos do governo federal. O grupo foi criado em 2001, através de um decreto da Lei de Eficiência Energética, elaborada por causa do racionamento de energia e da ameaça de apagão no país.

Entre as funções do Grupo Técnico, exigidas na lei, está a criação de métodos para medir a eficiência energética em edifícios com a intenção de adequá-la em níveis nacionais. Aqui entra a tese de Joyce, que resultou em equações que avaliam o envoltório energético dos prédios – ou seja, as estruturas que fornecem energia a uma construção.

As equações foram adotadas para a elaboração de indicadores técnicos que conferem eficiência energética aos prédios. Ou seja, garantem que a energia seja melhor utilizada e menos desperdiçada. Dessa forma, a tese foi a base para a definição de níveis de eficiência de envoltórios, que podem variar de A, o mais eficiente, a E, o menos apropriado. Além disso, o levantamento feito por Joyce forneceu dados novos sobre como se constrói no Brasil, e a avaliação mostrou um cenário de como esta atividade pode se tornar mais eficiente e sustentável.

Menção honrosa

A UFSC também recebeu uma menção honrosa na categoria doutorado. A tese ´Ocupação Urbana e Luz Natural: Proposta de Parâmetro de Controle da Obstrução do Céu para Garantia da Disponibilidade à Luz Natural`, de Solange Maria Leder, foi orientada pelo professor Fernando Oscar Ruttkay Pereira, da Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo.

De acordo com Solange, não existe hoje em Florianópolis legislação para garantir o acesso à luz natural no meio urbano da cidade. As leis que mais se aproximam desse objetivo são vagas e não levam em conta todos os aspectos necessários. ” O fato é que no Brasil o acesso à iluminação natural não é uma variável considerada na definição das regras de ocupação e aproveitamento do solo “, completa Solange.

Para a pesquisadora, a falta de acesso à luz natural é um problema a ser levado em conta no planejamento urbano de Florianópolis. “Algumas áreas no centro urbano já apresentam uma condição desfavorável”, explica. Em um cenário com a ocupação máxima permitida por lei, Solange conta que o acesso à luz natural estaria comprometido, principalmente nos andares mais baixos.

A pesquisa de Solange desenvolveu formas de garantir o acesso à luz do sol, mesmo com alto índice de urbanização. Utilizando um programa de computador de simulação urbana chamado Cityzoom, a doutoranda criou um cenário onde a cidade de Florianópolis estaria com o máximo de ocupação permitido por lei. Seus mecanismos obtiveram sucesso tanto na situação atual, quanto na simulação.

Para a adoção dos mecanismos desenvolvidos por Solange, o céu seria “mapeado” para identificar as porções que, de maneira simples, iluminam mais. “Essa parte do céu, ou pelo menos partes dela, deve ficar desobstruída, a edificação vizinha não pode atrapalhar a visão da mesma”, explica a pesquisadora. Enquanto isso, partes do céu menos impactantes na iluminação natural poderiam ser obstruídas. Isso tudo com mudanças simples na construção.

“O trabalho mostra que é possível obter condição mais favorável ao acesso da luz natural com o mesmo índice de aproveitamento na hora de construir”, explica. Seu estudo indica que seria preciso apenas a alteração do espaçamento entre os prédios e do gabarito dos edifícios, sem modificar a área construída. A pesquisa foi realizada na cidade de Florianópolis, mas a metodologia desenvolvida pode ser aplicada a outras localidades.

Mais informações:
Joyce Correna Carlo – joyce@labeee.ufsc.br
Solange Maria Leder – solangeleder@yahoo.com.br

(Letícia Arcoverde, Agecom, 20/11/2008)

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