O Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Florianópolis calcula que, na temporada de verão que se aproxima, o setor turístico vai oferecer cerca de 7 mil empregos temporários na Capital e região. Na avaliação das lideranças do setor, a crise que sacode a economia mundial, ao contrário de afetar a atividade no Estado e no país, vai até mesmo beneficiá-la. De fato, com o dólar alto, o brasileiro, que nos últimos dois ou três anos lotou vôos internacionais e viajou como nunca para o exterior, privilegiará o turismo interno. O mesmo dólar em ascensão deverá trazer de volta, e em massa, os turistas argentinos que, em temporadas mais recentes, andavam escassos. E não só os argentinos, como também os de outros países da região. Santa Catarina, principalmente na área litorânea, do norte ao sul, e com maior ênfase na Grande Florianópolis, como sempre, tem tudo para “colher” uma das melhores “safras turísticas” dos últimos anos, mesmo num cenário de crise internacional e de apreensões com o seu impacto na economia nacional, que não é e nunca foi imune a ela, como o governo federal garantia até alguns dias, e só agora se rendeu à verdade.
Além das 7 mil vagas de empregos temporários que serão abertas no setor turístico na Capital e arredores, milhares de outras oportunidades serão criadas Estado afora pela temporada de verão. Mas esta perspectiva risonha é perturbada pela preocupação com a falta de mão-de-obra qualificada em Santa Catarina. Ao contrário de anos atrás, quando o turismo no Estado era quase uma atividade amadora e sem caráter de permanência, eis que visava tão-somente faturar alto durante o verão, a palavra-chave dos negócios bem-sucedidos no setor hoje é profissionalização. E isto vai dos recepcionistas às camareiras de hotéis, dos cozinheiros aos garçons dos restaurantes e bares, enfim, abrange todas as funções relacionadas.
Amadorismo, improvisação e “quebra-galho” estão proscritos da atividade, eis que também o novel de renda e o perfil do turista que acorre a Santa Catarina estão mudando para melhor. No ano passado, apesar de a temporada não ter sido das mais generosas, não foram poucos os hotéis e pousadas ao longo da orla que tiveram de preencher vagas com pessoas de fora do Estado porque os candidatos locais que se apresentaram para preenchê-las não tinham as qualificações exigidas às funções. Vale esperar que isto não ocorra novamente. É necessário e urgente investir mais e mais na formação de mão-de-obra qualificada, e não só para o turismo. Qualificação e especialização são as novas palavras de ordem do mercado de trabalho.
(DC, 20/10/2008)
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